Quando te conheci meu coração parou. Achei que estava morta, mas percebi que um coração normal não batia tão rápido quanto o meu.
Me sentia muito bem, podia circular a vontade entre as maiores tragédias com um enorme sorriso no rosto.
Nada abalava aquela sensação de bem-estar, você corria pelas minhas veias, pela minha pele, era difícil saber o que era eu e o que era você.
Você me ensinou a ver o mundo de outra forma, a não levar as coisas tão a sério e perceber que nem tudo dependia de mim.
Podia relaxar às vezes, sabia que você estaria sempre ao meu lado não importava onde eu estivesse.
Fomos muito felizes juntas, nada jamais me deu maior satisfação do que acordar contigo.
Com o tempo percebi que vivíamos numa bolha, aquela felicidade era pura ilusão pois o mundo continuava do mesmo jeito escroto e nada havia mudados de verdade ao nosso redor.
Me senti alienada, passei a evitar as pessoas, só existia eu e você. Não me interessava mais por passeios, show, bebida, amigos... Era como se nada mais importasse além do nosso mundinho.
Entrei em pânico, não podia conviver com algo que me fizesse tão bem, tinha medo que você fosse embora e me deixasse sozinha com os mesmos problemas que tinha antes de te conhecer.
Tinha que aprender a viver sem você, por isso passei a te evitar também.
Um dia sim, um dia não.
Aos poucos percebi que existia algo além da nossa vidinha... Nos separamos.
Às vezes sinto a sua falta, querida Fluoxetina, queria sentir os 22mg de você dentro de mim novamente.
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