terça-feira, dezembro 25, 2007

Sem acentuacao

Todo mundo em Nova York e muito simpatico. Cheguei a cidade com uma mala gigante e nao houve uma pessoa sequer que nao ofereceu pra ajudar.
Todo mundo muito solicito, sempre pronto a ajudar e a tentar entender sua duvida.
Logo nas minhas primeiras horas uma menina chegou em mim na rua e comecou a dizer que achava absurdo o fato de aqui ninguem comemorar o natal com festa, ela tinha acabado de voltar de San Francisco e la todo mundo comemorava como se fosse o Gay Pride.
Na sequencia uma mulher xinga o cachorro na rua e uma outra que estava do lado vira pra mim e diz: "Poor dog!".
Poderia ter iniciado uma conversa, mas fiquei assustada e com preguica.
No Brasil quando alguem te aborda na rua e sempre pra pedir 1 real ou dizer que nao vai te assaltar, mas vai te prensando contra a parede e diz que esta "pedindo com educacao". Para uma conversa acontecer voce precisa estar na mesma fila, ou sentado no mesmo onibus ou escolhendo produtos no mesmo mercado... Aqui virar e dizer algo eh normal, mas nao quer dizer necessariamente que as pessoas se importam com voce.
O desejo de ser simpatico e politicamente correto extrapola qualquer humanidade. Ninguem aqui suporta ver alguem passando por maus bocados sem fazer a sua parte: todo mundo recicla o lixo, todas as lojas te dao nota fiscal, todo mundo te diz merry christmas e da gorjeta, mas nao quer dizer exatamente que se importam uns com os outros.
Aqui a manteiga nao eh manteiga, o leite nao veio da vaca, o chocolate nao eh de chocolate, e a gorjeta nao eh uma gorjeta eh uma obrigacao. E dificil saber quando existe uma real afinidade entre as pessoas quando se toma tanto cuidado para ser correto.
A maior parte dos produtos eh fat free e nao tem gosto algum, mas no cafe da manha tudo tem presunto, bacon e ovo.
Nao consegui sair na rua ate agora sem comprar nada, as coisas sao muito baratas e atrativas, por isso hoje decidi ficar um pouco por aqui e poupar a minha conta bancaria...
Fora isso quem vive em Sao Paulo tira nova york de letra, o metro e confuso e sujo, mas as ruas em SP estao atoladas no lixo...

segunda-feira, dezembro 24, 2007

Membro platinum do clube

Agora dei de me envolver com o Big Brother.

Mesmo.

Fiquei até chateada com o paredão de hoje.

Já fui melhor/mais ocupada(/mentira).

domingo, novembro 25, 2007

Nem o demônio....

Após uma intoxicação alimentar que me deixou de cama, restaram apenas alguns órgãos e um mau-humor que nem o próprio cramunhão, o demo, o coisa-ruim, o satanás chegou perto de vivenciar.
Matar alguém ajudaria? Acho que não...
Pra ser bem sincera acho que nada alteraria o meu humor hoje. O dia está feio, as pessoas não têm nada de interessante para me dizer. Onde foram parar os grandes filmes? E a boa música? Meu cu para tudo isso.
Se o mundo acabasse hoje eu só ia lamentar de não ter usado meu passaporte novo que durou uma novela para ficar pronto, me aborreceria também o fato de que penteei o cabelo e até usei um pouco de maquiagem para sair na rua. Se o mundo ia acabar podia ter ficado de pijama, quem se importaria?
Queria ter visto como ficou o casaco que mandei fazer, mas se o mundo acabou quem ia ver o meu casaco? Ahhhhh que se dane.
Odeio todo mundo, odeio até quem ainda não conheço. Odeio você, seu pai, sua mãe, seu (a) namorado(a), sua prima do interior, seu professor de natação, seu colega de alojamento do Canadá, seu chefe, seu melhor amigo, os professores de português para estrangeiro, o namorado que nunca vai me conhecer porque o mundo acabou e até meus filhos que não irão nascer. O-D-E-I-O!

domingo, outubro 28, 2007

TPM+ filme ruim

Eu ia fazer um post para contar a minha saga para tirar o visto americano, mas eis que surge um assunto melhor:


Canções de Amor (Christophe Honoré)

Karen Cunha senta numa cadeira lateral do cine-bombril depois de ter aguentado toda aquela conversa cretina de fila de Mostra e a sessão inicia imediatamente.
O filme é um musical, influenciado óbviamente pela Nouvelle Vague, um triângulo amoroso e um figurino incrivel. Tudo o que Cunha poderia querer, não?

N-Ã-O

No primeiro segundo de filme já fica claro e evidente o tom "I wanna be em maio de 68", o que não é de todo mal, afinal muitos de nós gostaria de ter vivido essa década (exceto pelo fato de que estaríamos bem mais velhos agora), mas a grande questão é que o filme não apresenta mais nada de novo.
Pra que diabos eu quero ver um filme tosco de 2007 que quer ser um de 68 se eu posso ver os de 68 com fotografia do Raoul Coutard e trilha do Michael Legrand?
Musicas horrendas que rimam coração com mousse de limão, personagens inconsistentes que servem apenas como ornamento para abordar alguns temas que o diretor acha importante. Fora a sensação de que uma equipe inteira trabalhou naquele filme, que muitas pessoas sairam de suas casas para assisti-lo, que eu fui comprar o ingresso as 13h para um filme que só seria exibido às 22h50 SÓ PARA O DIRETOR FICAR FAZENDO TOMADAS E MAIS TOMADAS DO Louis Garrel....
Porque o cara não assumiu o lado musical gay desde o inicio? Teria sido muito mais honesto e talvez ele até tivesse conseguido fazer um roteiro.... (aliás, roteiro é luxo)
Na real acho que faltou um pouco de coragem por parte do diretor que não teve culhões para fazer o filme que queria e daí ficou enrolando por 80 minutos com referências mais do que batidas. O mesmo faltou para o espectador que é carente de filmes gays e em vez de admitir isso fica inventando que o filme é bom.

Karen Cunha entediada recebe um torpedo e responde. Recebe outro. Envia mais um, depois outro e percebe que a conversa estava mais interessante que o filme. De repente uma mulher louca pula na cadeira dela:

- BENHÊ, você vai ter que desligar esse celular
Karen não diz nada achando que era uma pessoa do cinema. A louca continua...
- A luz tá indo bem no meu olho e está atrapalhando meu filme.

Karen não deu um soco na cara da mulher, mas devia ter dado...

segunda-feira, outubro 22, 2007

Chuta a opção escolhida

_ Ou você me pede em casamento ou você some.

sábado, outubro 13, 2007

Sexta-feira, meia-noite, feriado

Eu não vou ter reações de bêbada e vou ir dormir. Sem ver msn, e-mail, ver quem me bloqueou ou tocar nas minhas mensagens sms [que sempre já estoraram a minha conta, mesmo sendo que o mês, para ela, só começou há 6 dias]. Eu vou colocar o resto do almoço no microondas, tomar água e ir domir tranqüila, porque convenhamos, ser bêbada tresloucada não dá dinheiro nem moral, e eu já tô em déficit.

Agora, me responda:

Você acha que eu vou dormir, nesse estado, porquê quero paz de espírito ou porquê, depois de verificar 3 e-mails, o bloqueador de msn parou de tentar ver se a galera tá online ou não?

Fica o mistério.

E fica a questão: será que eu usei o "porquê" de forma correta?

quinta-feira, outubro 04, 2007

Sinto a Sua Falta

Quando te conheci meu coração parou. Achei que estava morta, mas percebi que um coração normal não batia tão rápido quanto o meu.
Me sentia muito bem, podia circular a vontade entre as maiores tragédias com um enorme sorriso no rosto.
Nada abalava aquela sensação de bem-estar, você corria pelas minhas veias, pela minha pele, era difícil saber o que era eu e o que era você.
Você me ensinou a ver o mundo de outra forma, a não levar as coisas tão a sério e perceber que nem tudo dependia de mim.
Podia relaxar às vezes, sabia que você estaria sempre ao meu lado não importava onde eu estivesse.
Fomos muito felizes juntas, nada jamais me deu maior satisfação do que acordar contigo.
Com o tempo percebi que vivíamos numa bolha, aquela felicidade era pura ilusão pois o mundo continuava do mesmo jeito escroto e nada havia mudados de verdade ao nosso redor.
Me senti alienada, passei a evitar as pessoas, só existia eu e você. Não me interessava mais por passeios, show, bebida, amigos... Era como se nada mais importasse além do nosso mundinho.
Entrei em pânico, não podia conviver com algo que me fizesse tão bem, tinha medo que você fosse embora e me deixasse sozinha com os mesmos problemas que tinha antes de te conhecer.
Tinha que aprender a viver sem você, por isso passei a te evitar também.
Um dia sim, um dia não.
Aos poucos percebi que existia algo além da nossa vidinha... Nos separamos.

Às vezes sinto a sua falta, querida Fluoxetina, queria sentir os 22mg de você dentro de mim novamente.

segunda-feira, outubro 01, 2007

Crise existencial/Revelações de boteco

_ Hoje em dia eu tenho que segurar o choro até quando toca a música da Fergie.

terça-feira, setembro 04, 2007

Ponto Pra Mim




Karen Cunha te odeia
Karen Cunha não suporta ouvir sua voz

Daí ela coloca o fone no ouvido e um mundo novo se abre: "Falling Out", primeiro cd do Peter Bjorn and John deixa ela tão calminha...
Ela dá um semi-sorriso, aqueles de canto de boca, e agora ela até finge que presta atenção no que você fala.


Será o fim da Jogação?

O novo álbum da M.I.A é um tédio. Se a idéia era descer até o chão, soltar toda aquela "sacanagi" que mora dentro de você, passe longe disso aqui.
Tãããão "world music", cheio de sussuros e bases eletrônicas toscas. Que ela tava pensando, hein? Que era a Nelly Furtado? Se bem que a última largou a vida de correr com roupa colorida entre as borboletas e foi rebolar com o Timberland...

terça-feira, agosto 28, 2007

Morfina, Por favor.



A cada dia que passa tenho mais certeza de que meu cérebro parou de produzir serotonina. Não há nada que me faça sentir bem, aliás, nem parcialmente bem.
De umas 3 semanas pra cá tenho apenas sobrevivido e com uma dor imensa só de pensar em coisas simples como : inspirar e expirar.
Hoje durante uma reunião eu tive certeza que morri durante uns 4 segundos e acabei voltando. Digo, Mais ou menos.
Fico remoendo uns sentimentos estranhos, não sei muito bem como lidar com eles.
Vivo numa realidade paralela, crio situações absurdas e depois não consigo viver nesse mundo de mentiras que eu mesma criei.
O que me amedronta é que não me sentia assim desde quando eu descobri que estava com depressão profunda: essa sensação de que nada vai mudar, essa dor inexplicável na hora de realizar tarefas simples, essa tristeza que não termina.
Sinto as pessoas tão distantes (o que é bem estranho vindo de uma pessoa que não gosta de abraço e nem cumprimento com beijinho), mas a verdade é que não tenho tido paciência com quase ninguém.
Já sentiram saudade de algo que nunca existiu? Igual aos Mods ou hyppies que sentem falta de uma época em que eles nem eram nascidos. Saudade, um montão de saudade.
No mais acho que não existe nada que me faça sentir melhor, acho que o lysoform corroeu meu cérebro e os doces entupiram as minhas veias.

Alguém me serve um drink?

terça-feira, agosto 14, 2007

Resumo

Caxumba no aniversário
Coisas que não se resolvem nunca
Pessoas que insistem em permanecer
Falta de amor próprio
Distúrbio alimentar
Gastos absurdos
Remédios homeopáticos
alopáticos
psicanálise
promiscuidade na alimentação
consumo excessivo de álcool
comportamento repetitivo
Gastos absurdos
Ciúme não declarado
Situações cretinas
Coisas não ditas
Promessas não cumpridas

Mesma coisa de sempre ano após ano

Mas eu não me acostumo nunca.

sábado, agosto 11, 2007

Pegadinha do Mallandro

Q: Esses colaboradores são seu heterônimos que nem Fernando Pessoa?

R: Não, mas eu adoraria ser um heterônimo da Karen Cunha.

segunda-feira, junho 25, 2007

Eu Odeio a Karen Cunha

Apesar do sono incontrolável Karen Cunha permanece em seu trabalho até as 18h e após isso inicia uma rotina de terror, sofrimento e desespero...

18h30 - Depilação.
"Infelizmente não aceitamos cartões e não existe nenhum HSBC por perto, você pode utilizar o banco 24h se quiser, claro que existe uma taxa para isso...."

19h20- Karen ruma para o Pacaembu DE ÔNIBUS onde continuará sua jornada masoquista:

19h40- Thermo
Gel gelado tipo no inferno, enrolado com papel filme e bandagens por 30 minutos.

20h30- Massagem redutora
Fica evidente o olhar sádico da massagista que tenta segurar o riso na hora de dizer: "Se estiver doendo avise, ok? São 20 minutos de redutora e 15 de relaxante".
Ela então inicia uma sessão de tortura, liberando todo o seu ódio em cima da pobre gordinha:
- Ai,tá doendo !
massagista ignora e continua a agredir Karen Cunha com muitos beliscões, porradas, apertões e muito, muito ódio.
- E a massagem relaxante?
- Já acabou....

segunda-feira, junho 18, 2007

16 de junho de 2007

Primeira pessoa: Nem comentei seu último post porque me lembrou aqueles casais que chegam na locadora e se chocam porque não temos Sokurov. Conhece Sokurov?
Terceira pessoa: Arca Russa
Primeira pessoa: Olha lá, não falei que quem conhece Sokurov é porque não tem vida sexual? Quem com o mínimo de satisfação sexual se importa com Sokurov?
Segunda pessoa: Sei lá, eu acho chato, mas já trabalhei em locadora você sabe, não?
Primeira pessoa: Ah não me venha com essa. Qual foi a última vez que você deu uns amassos em alguém?
(silencio constrangedor)
Terceira pessoa,tentando mudar se assunto em vão: Bonita sua carteira...
Primeira pessoa: E foda-se o Jean-Claude Brialy, quem se importa.




Arca Russa foi rodado em plano-sequência único, que dura 97 minutos e atravessa 35 salas do museu Hermitage, de São Petersburgo...

sexta-feira, junho 01, 2007

Morre um dos ícones da Nouvelle Vague

Jean-Claude Brialy tournou-se uma estrela no final da década de 1950, quando foi um dos mais aclamados atores da Nouvelle Vague francesa. Trabalhou em filmes com importantes diretores como Claude Chabrol, Éric Rohmer, Jean-Luc Godard, Louis Malle, François Truffaut, Agnès Varda, Claude Lelouch e Luis Buñuel. Ele foi também diretor de vários filmes, incluindo Églantine (que eu nunca vi).

Com Anna Karina em Uma Mulher é Uma Mulher

Um dos meu atores prediletos da década de 60, mas há um certo tempo não vinha fazendo nada de tão genial. De todo modo, o seu rosto nos filmes antigos ainda me passava aquela impressão de que nem tudo estava perdido.


Participou de filmes geniais como: "Uma Mulher é Uma Mulher" (Godard), "A Noiva Estava de Preto"(Truffaut) e O Joelho de Claire (Rohmér)



Todos eles estão morrendo, as vezes fico com medo da Jeanne Moreau morrer sem que eu possa dar uma palavrinha com ela.

domingo, maio 27, 2007

Não-Post

Depois de quase 6 meses longe, resolvi voltar para as minhas sessões semanais de 50 minutos*.
Resolvi voltar porque de repente todas as coisas que foram ditas durante os 3 anos de terapia começaram a fazer sentido, então resolvi me curar, porque viver comigo mesma chega a ser insuportável.
Tudo mentira, eu não consigo terminar uma bosta de faculdade, sempre pago o plano anual da academia e não apareço, acho que nunca terminei nenhum curso, aliás nem sei como consegui terminar o ensino médio.

Estou me sentindo meio corajosa por ter decidido voltar e meio loser pelo mesmo motivo.
Se eu conseguir atualizar este blog pelo menos uma vez por semana eu me sentirei vitoriosa, acho que me curarei definitivamente e serei feliz.

Acho que preciso de novas roupas....


PS: Aliás, porque a hora de um psicanalista tem 50 minutos? Eu não posso dizer no meu trabalho que minha hora dura menos do que 60 minutos.

segunda-feira, maio 21, 2007

A Volta do Tédio

[Cliente entra e se direciona para o balconista, incrivelmente entediado]
- Oi, vocês têm o filme "Bebês Geniais do Pedaço" ?
- Não.
- Ok, obrigado.
[Cliente sai]

É exatamente nesses momentos que você percebe que está no local errado e possívelmente
no planeta errado.

A lógica é uma coisa maravilhosa, mas possui, tal como os processos de evolução descobriram,
algumas desvantagens.
Qualquer coisa que pense logicamente pode ser enganada por outra coisa que pense
no mínimo tão logicamente quanto ela.
Veja a lógica de programação por exemplo:
Você pode programar um robô a gostar de sanduíche de atum.
Coloque o sanduíche na frente dele e ele vai pensar: "Hummm, sanduíche de atum, eu gosto de sanduíche de atum!" .
Desajeitado, ao pegar o sanduíche, ele o derruba no chão.
Ao olhar para o chão, ele pensa: "Hummm, sanduíche de atum, eu gosto de sanduíche de atum!", e repetia a mesma ação muitas vezes seguidas, travando em estímulos, num loop constante.
Descobriram então que a força motriz por trás de toda mudança, desenvolvimento e inovação na vida era a seguinte: "tédio", ou melhor, a função prática do tédio!
Indo em frente se depararam com outras emoções: "irritabilidade", "depressão", "relutância", "nojo",etc.
Parando de usar sanduíches de atum, descobriram uma nova onde de emoções:
"alívio", "alegria", "vivacidade", "apetite", "satisfação" e a mais importante de todas, o desejo de "felicidade".

Teoria adaptada e retirada do livro Praticamente Inofensiva, de Douglas Addams.

quarta-feira, abril 04, 2007

Páscoa for dummies

William diz:
you're from a catholic country, please enlighten me

Flora diz:
to tell you the truth, the country is like officially non religious

Flora diz:
however, all the catholic holidays are off

Flora diz:
well, good friday is the day jesus was kill

Flora diz:
the hallelujah saturday is like, go figure what it is for. i suppose it's the typical day after

Flora diz:
you know, where all the folks felt bad

Flora diz:
and then on sunday the folk himself supposedly got back on his feet

Flora diz:
i mean, that's where all hell broke loose right? since jews don't think he came back or anything

segunda-feira, março 19, 2007

I just wasn't made for these times

Gabo diz:
que você faz durante as tardes, só existe?
Flora diz:
basicamente
Flora diz:
tenho que ler a apologia de sócrates (BO-RING) mas to sem coragem
Flora diz:
estou me entretendo com a idéia de ter de virar as páginas impares de modo que consiga imprimir as pares sem dar merda.
Flora diz:
que puta vida.

quinta-feira, março 08, 2007

Encontros - 1

Eu e meu amigo na Avenida Paulista, praticamente indo embora.
Eu com uma camiseta branca com a frase "Puta Mundo Injusto Meu!" escrita em preto.
Um pivete folgado me intimida pedindo um lanche de forma nada educada.
Meu amigo questiona sua educação e sua agressividade,
o pivete argumenta que está cansado
de ser educado e convida pro pau.
Ele começa a nos seguir e nos ameaçar, pedindo pra apanhar.
Meu caro amigo prensa o pivete na parede e começa a socar e depois,
caído no chão, começa a chutar.
Uma senhora grita pra ele parar de bater,
isso porque ainda não teve sua bolsa roubada pelo mesmo.
Fomos embora.
O mundo ainda continua injusto.
Você pode ser um gordinho folgado, um pivete folgado ou um entediado complexado.

quarta-feira, março 07, 2007

Debutante

Quando eu tinha 15 anos eu escrevi que "o copo está sempre meio vazio para mim e eu odiaria tentar checar se sim ou se não, esta meio cheio. Mas eu preferiria que o copo estivesse meio cheio e ai eu ficaria bem sem ter que passar pela chateação de ver se de fato esta meio vazio. Copos. Eu estou falando sobre copos. Então o que? Então que máquina de lavar roupa é muito mais fácil do que comunicação e relacionamentos humanos. Se a comunicação e os relacionamentos humanos tivessem o botão "delicado" que nem a máquina de lavar tudo ia ser melhor". Eu involuo.

domingo, março 04, 2007

Mossa Bunita.

Por favor alguém em explica o que foi aquela cena da Regina Duarte, Marcos Caruso e aquelas crianças num campo florido fazendo ciranda ao redor de um espírito que eles nem estavam vendo?
Eu posso tolerar uma série de coisas, vi Titanic no cinema, aguentei firme até o fim daquele filme da Julia Roberts e o cara com leucemia, mas essa realmente foi dificil de suportar.

Adoro finais de novela, me fazem sentir parte dessa gente bronzeada que só quer mostrar o seu valor, sabe? O triste é que quase sempre decepciona. No caso da novelinha do Manuel Carlos o final até teve os seus momentos, pena que o sentimentalismo espirita era de causar náuseas até mesmo em Rick Medeiros*.


* Se você não se lembra daquelas propagandas de livro do SBT :"um romance espirita de Rick Medeiros", então repare no que as pessoas costumam ler no metrô. Se não for Zibia Gaparetto é Rick Medeiros na certa.
Aliás, ele era executivo do sbt...

quinta-feira, março 01, 2007

Minhas férias

Eu tenho dois textos para fazer falando sobre quem eu sou.

Eu gostaria de saber.

Um deles requer 1300 caracteres.

É uma pena que "entediada" possua apenas 10.

sábado, fevereiro 24, 2007

Filosofia do Tédio

Acabei de ler um livro maravilhoso Filosofia do tédio, Lars Svendsen (Ed. Jorge Zahar). O autor norueguês mistura filosofia com cultura pop, pra explicar o tédio. Ele argumenta que o tédio é inevitável, mas que sua compreensão pode ajudar o individuo moderno a lidar com esse estado. Diferente dos picaretas que escreveram “o monge e o executivo” ou “Mais Platão, menos prozac”, o autor prepara um ensaio fenomenológico sobre o tédio, as bases tiradas da cultura pop não são incluídas pra obtenção de sucesso, sendo uma analise da cultura contemporânea, faz sentido usar fontes da cultura popular.

“Escrevi um ensaio, a maneira de Montaigne”, só que de uma forma mais subjetiva, usando muitas fontes diferentes, criando um tipo de colagem.

Pra mim Heidegger foi o filosofo que escreveu a mais detalhada analise do fenômeno do tédio, porem ele adverte no livro que o autor procura uma certa verdade que não se encontra, ele esta certo, por isso ele analisa Crash, livro de J.G. Ballard e filme dirigido por Cronemberg e depois Psicopata americano, alegorias sintomáticas do tédio contemporâneo.

“O individuo é aquele sujeito posto no mundo para realizar a si mesmo, esse é o grande projeto do sentido da vida. E muito de nos falhamos miseravelmente. O tédio pode ser visto como uma voz da consciência, que diz que sua vida não e nada, que sua carência de sentido precisa ser suprida. A conclusão é que o tédio pode ser uma fonte de auto-conhecimento. Não gaste sua vida tentando escapar do tédio. Apenas o aceite como parte da vida!”

Outra questão maravilhosamente abordada no livro e a diferença de tédio e melancolia. Ele assume a dificuldade da distinção. Como filosofo é mais tentador falar do tédio, pq a melancolia foi roubada pela estética, depressão pela psiquiatria, portanto o tédio estaria disponível? Ele coloca a seguinte questão de linguagem: “Quando alguém pergunta às pessoas, muito mais homens que mulheres reclamam de tédio. E muito mais mulheres do que homens reclamam de depressão”?

No começo do livro ele levanta essas questões, flertando com o medievalismo, niilismo e o romantismo contemporâneo da busca materialista. Sua abordagem não busca uma reposta, mas entende que uma sociedade precisa promover a capacidade de encontrar significado no mundo. O tédio é então gerado pela nossa incapacidade de se identificar com o mundo que nos cerca, em diferentes setores.

Não há solução para o tédio, e talvez um dos problemas de nossa época seja nossa dificuldade de suportá-lo (uma vez que a superação é quase impossível). È preciso então buscar sugestões de como apaziguar a nossa convivência entre realização e o estado profundo de solidão e distanciamento em que vivemos.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

1 coisa que me indigna.

Nós somos mais do que histeria, vontade de comer chocolate, se interessar por débeis e cachorros, fingir que não vimos, se preocupar com o que nós vamos usar, discutir sobre depilação, procurar constantemente e inconscientemente por pessoas com quem possamos trocar (tudo e qualquer coisa), filmes água-com-açúcar, filmes super inteligentes, do que msnblockchecker, do que perseguir alguém via orkut, do que propaganda de cerveja, do que jingles publicitários, Pedro Bial, banalização dos sabores de Toddy e da Clarice Lispector, do que amoxilina, do que contas Google, bem mais do que bares da Augusta e muito mais do que Sex and The City e Grey's Anatomy.

Mas, de vez em quando, a gente esquece.

domingo, fevereiro 18, 2007

2 coisas que me indignam.

1 - Eu não aguento mais as pessoas usarem a história daquele menino que ficou preso no cinto para defender a pena de morte, a diminuição da maioridade penal, a volta da ditadura, o armamento da população, o extermínio de mendigos, a limpeza étnica e o que é pior de tudo: o uso indiscriminado de mensagens em pps.
Vamos logo prender todo mundo! Fica todo mundo dentro da prisão e umas 2 ou 3 pessoas aqui fora para recolher os impostos e fazer campanha política.
Eu não me importo de ir pra cadeia, desde que parem de me mandar mensagens pps e me encaminhar emails de gente boçal dizendo coisas medíocres e preconceituosas.

2 - Agora a internet se resume em duas palavras: conta google.
Tudo agora é associado a uma conta google: o orkut, o blogger, picasa, o gmail, o seu namorado, seu telefone, o padeiro, o açougueiro, o elevador do seu prédio, o vidro de lysoform, aquele seu tio do interior, o jornal de domingo, a camada de ozônio, o petróleo da bolivia, as barras carameladas wonka, a televisão...

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Referrer Tracking

etSeguindo a pauta deixada pela nossa amiga Ana Amélia no comentário do post anterior, me dei conta que:

- Cerca de 15 pessoas POR DIA caem neste blog procurando a palavra "tédio" no google. Acho que a coisa "tá dificil pra todo mundo"

- O segundo maior motivo para alguém chegar a este blog é "amoxicilina"e isso é culpa da Flora.

- Outra busca recorrente é "fluoxetina+posso+tomar+alcool" ou "fluoxetina+como+tomar".
Esclarecendo este ponto e poupando tempo dessas pessoas: Fluoxetina+ Álcool = porre homérico. De todo modo, depois de tomar fluoxetina quem se importa em beber, trepar, sair... quem se importa?

- Dia desses alguém caiu aqui por procurar "menino+que+brinca+de+boneca+pode+ser+gay". Meu deus, alguém sabe quando foi que eu postei isso?

- Últimamente tem aumentado as buscas por "tildaflipers" o que acho ótimo porque tildaflipers é muito legal.

- "Clube+da+belina" também tem sido procurado e isso é culpa do Cícero e do Givago.

- Não muito raramente alguém procura a letra de "Nosso Sonho" "Claudinho+Buchecha"

- As pessoas ainda continuam procurando por "ccj+independente", "colisão+social+ccj", "ccj+hurtmold+fotos" o que me deixa muito feliz.

- Muitas pessoas de São Caetano acessam este blog. Valeu São Caetano!

- Vira e mexe alguém procura por "karen+cunha", "karen+cunha+tédio", "karen+cunha+jeanne+moreau" O QUE ME DEIXA MUUUUITO ASSUSTADA sempre.

- Todas as vezes que alguém aqui fala " MSN block checker" as visitas aumentam em 300%. MSN BLOCK CHECKER, MSN BLOCKCHECKER

- Muitas pessoas de Portugal acessam este blog. Muitas mesmos!

- Eu não deveria ter feito este post porque agora as pessoas vão parar de fazer buscas esdrúxulas na internet.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Pra Titia...

Estávamos descendo a consolação numa sexta-feira e nos deparamos com milhares de adolescentes bonitos tomando Smirnoff Ice e cerveja na porta do Pão de Açucar.
No bar ao lado também havia cerca de duas ou três dúzia deles. Me senti cercada e naquele momento eu tive certeza: "virei tia".
Mais ou menos 1 ano e meio atrás o happy hour nos bares da Augusta era totalmente nosso. Era genial contar os segundos para poder tomar uma cerveja e ver gente interessante subindo e descendo a rua. Hoje em dia tenho vontade de vomitar quando tenho que ir àqueles bares cheios de crianças maquiadas de uniforme e ainda pagar caro para tomar uam cerveja NUM BOTECO.
Os botecos também eram nossos, tinhamos atendimento de primeira e pagávamos preço de boteco no boteco .
Agora a balada é deles e eu me sinto cada vez mais velha.
Que aconteceu de lá para cá? Tenho a impressão de ter envelhecido uns 5 ou 6 anos do meio de 2006 até hoje. Morro de preguiça só de pensar em pisar em uma balada, encontrar o mesmo povo, aliás, se você reparar bem todos as bares "do momento" pertencem ao mesmo grupo, o que explica a pouca variedade da programação...
Sempre amei SP, sempre tive a sensação de que aqui era o meu lugar, mas ultimamente tenho reparado que boa parte do meu tédio se teve ao fato de eu sentir que aqui todas as minhas possibilidades já se esgotaram. Já passou do tempo de virar outra pessoa, como se os adolescentes da balada me dissessem: "essa é você, agora já era."

quarta-feira, janeiro 31, 2007

Relationship status

_ Eu estava me sentindo o marido tarado que não sabe se comportar nem no jantar da melhor amiga de infância da mulher. Estava vendo a hora que colocoria minha mão na sua perna.

_ Sua namorada ia ficar super feliz...

(E a propósito, é só a prefeitura presepar a calçada do Vitrine e fazer aquela lambança com areia para concretizar o quê de Posto 9 daquele bar.)

sábado, janeiro 27, 2007

Clichê


Vi Click ontem a noite e estou deprimida.
Acho que não quero falar com ninguém.

Justo agora que eu estava numa fase "diga não ao preconceito", "hollywood tem o seu valor" eis que surge esta bomba e me tira do sério num nível que me deu vontade de ir até lá a pé protestar com uns posters do Fritz Lang na mão.
Eu só queria diversão barata, risadas despretensiosas, não podia suportar nenhum tipo de decepção, sabe? Mas o filme era tão ruim que em menos de 20 minutos eu já estava pensando em globalização, capitalismo selvagem, no poder da mídia... TUDO O QUE EU NÃO DEVERIA!
Acho tão trash falar de filme desse nível, mas é que me sinto tão idiota em ter visto, em ter falado bem do Adam Sandler em diversas ocasiões... Eu mereço o que eu passei. EU SEI.
O Givago ficou tão constrangido quando contei pra ele que aluguei este filme que nem atende mais aos meus telefonemas.
Agora me sinto mal, preciso ficar sozinha por um tempo, tentar colocar a cabeça no lugar, ver uns filmes da década de 20, ler sobre Bergman....

Click
EUA, 2006 - 98 minutos
Direção:
Frank Coraci (O mesmo diretor de Afinado no Amor. Dá pra acreditar?)
Roteiro: Steve Koren e Mark O'Keefe (como esse cara teve coragem de asisnar o filme?)

cotação: vai tomar no cu, filho da puta! (gritando tipo torcida da gaviões)

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Eu no Chat UOL – Encontros – gays e afins

Depois de longa conversa ...
Eu – Então no centro as 21:00?
Ele – Ok, vou estar numa Belina marrom!
Eu – (receoso) Belina? Ok.

As 21H eu entro no carro e vejo um homem, aparentemente de 60 anos, com uma cerveja na mão (o carro todo cheirava cerveja) e um cigarro (Derby vermelho) no cantos dos lábios.
Ele sorri ...
- que bom que você veio!
- quantos anos você disse que tinha mesmo?
- Olha como eu gosto de sinceridade, eu vou jogar limpo eu não tenho 38. Eu tenho 52! Mas você me pareceu culto e razoável, isso não vai ser um problema. (cai cinzas de cigarro sobre a calça bege com três pregas, dele).
- Eu sou culto? Não tenho certeza. Mas o caso é: Não gosto de antiquários.
Abri a porta e fui pra casa.

Agora advinha o Nick dele?

Sincero38Saradoquergozar

domingo, janeiro 14, 2007

Qualidade de Vida

Imagine uma cidade onde você desce para comprar pão e da sua casa até a padaria só vê gente bonita. Não só bonita, mas bonita, simpática e estilosa.
Assim é Buenos Aires.
Tudo bem que provavelmente você não encontraria o tipo de pão que quer, seu cartão talvez não passaria e ninguém saberia te explicar porquê, mas certamente o padeiro também seria lindo e você deixaria toda a sua raiva de lado.
Foi em Buenos Aires que se desenvolveu dentro de mim aquelas taras primitivas por bombeiros, policiais, mecânicos, jardineiros. Nunca entendi este tipo de tara, achava que era invenção da industria pornográfica, mas depois que eu fui pra lá passei a entender super bem esse sentimento.
Um amigo dos EUA estava discutindo comigo que esporte era coisa de homem e mulher fã de esporte gostava mesmo era dos jogadores. Neste momento eu tive certeza que tinha argumento suficiente para acabar com a discussão (que começou com boné de baseball pra trás "é muito USA pra mim" e descambou para "mulheres não entendem nada de esporte"):

- Você já olhou bem na cara do Ronaldinho Gaúcho?
- ah, mas você já ouviu falar no David Beckham?
- Você já viu o Ronaldinho Fenômeno?
- Ah, mas...
- Você quer ir comigo na banca agora comprar uma figurinha do Rivaldo? Acho que a discussão acabou, né? Ou você acha que alguma mulher sairia de casa para admirar a beleza do Tevez?

sábado, janeiro 06, 2007

31/12 Carrefour - Recoleta / Buenos Aires

- Que acha da gente fazer uma caipirinha na ceia?
- O limao custa 13 pesos o kg e estao pessimos. E se a gente levar e nao encontrar pinga?
- Bom, se nao tiver pinga fazemos uma caiporoska. Que acha?

Pessoa desconhecida aparece na cena:

- hahaha Caipiroska non, caipirinha.
- Que?
- Caipiroska non existe. Caipirinha que chama.
- Caipiroska vodka. Caipirinha pinga.
- Capiroska non, c-a-i-p-i-r-i-n-h-a.
- Caipiroska vodka. Caipirinha pinga, aguardente.
- Caipiroska vodka. Caipirinha pinga?
- si
- Oh ok. - Caipiroska vodka. Caipirinha pinga...

Pessoa desoconhecida sai da cena.

- Quem chamou essa pessoa na conversa?
- Nao sei. Ele se achou o esperto agora...bobao.

Pessoa desconhecida volta.

- Ja comeram doce de leite?*
- Ja.
- Que acharam?
- Bom.
- Bom...

Pessoa desconhecida simplesmente sai da cena e nao volta mais.

*esta frase foi originalmente dita em espanhol misturado com ingles