domingo, outubro 28, 2007

TPM+ filme ruim

Eu ia fazer um post para contar a minha saga para tirar o visto americano, mas eis que surge um assunto melhor:


Canções de Amor (Christophe Honoré)

Karen Cunha senta numa cadeira lateral do cine-bombril depois de ter aguentado toda aquela conversa cretina de fila de Mostra e a sessão inicia imediatamente.
O filme é um musical, influenciado óbviamente pela Nouvelle Vague, um triângulo amoroso e um figurino incrivel. Tudo o que Cunha poderia querer, não?

N-Ã-O

No primeiro segundo de filme já fica claro e evidente o tom "I wanna be em maio de 68", o que não é de todo mal, afinal muitos de nós gostaria de ter vivido essa década (exceto pelo fato de que estaríamos bem mais velhos agora), mas a grande questão é que o filme não apresenta mais nada de novo.
Pra que diabos eu quero ver um filme tosco de 2007 que quer ser um de 68 se eu posso ver os de 68 com fotografia do Raoul Coutard e trilha do Michael Legrand?
Musicas horrendas que rimam coração com mousse de limão, personagens inconsistentes que servem apenas como ornamento para abordar alguns temas que o diretor acha importante. Fora a sensação de que uma equipe inteira trabalhou naquele filme, que muitas pessoas sairam de suas casas para assisti-lo, que eu fui comprar o ingresso as 13h para um filme que só seria exibido às 22h50 SÓ PARA O DIRETOR FICAR FAZENDO TOMADAS E MAIS TOMADAS DO Louis Garrel....
Porque o cara não assumiu o lado musical gay desde o inicio? Teria sido muito mais honesto e talvez ele até tivesse conseguido fazer um roteiro.... (aliás, roteiro é luxo)
Na real acho que faltou um pouco de coragem por parte do diretor que não teve culhões para fazer o filme que queria e daí ficou enrolando por 80 minutos com referências mais do que batidas. O mesmo faltou para o espectador que é carente de filmes gays e em vez de admitir isso fica inventando que o filme é bom.

Karen Cunha entediada recebe um torpedo e responde. Recebe outro. Envia mais um, depois outro e percebe que a conversa estava mais interessante que o filme. De repente uma mulher louca pula na cadeira dela:

- BENHÊ, você vai ter que desligar esse celular
Karen não diz nada achando que era uma pessoa do cinema. A louca continua...
- A luz tá indo bem no meu olho e está atrapalhando meu filme.

Karen não deu um soco na cara da mulher, mas devia ter dado...