segunda-feira, agosto 22, 2005

C’est l’amour?! ou Merde l’amour ou Deixe de ser idiota. Nunca vai acontecer


Assim como qualquer coisa não corpórea, algo não-físico, não há modo de se verificar a existência do amor. Conseqüentemente, não há modos de se verificar sua inexistência. Portanto, acreditar ou não resume-se a uma tomada de posição.

E daí você se pergunta: "mas e quanto a todos os casais felizes que conheço? E quanto ao casal de velhinhos felizes que vi de mãos dadas no metrô? E o Tarcísio e a Glória? E o William e a Fátima?" Hum, alguém cético responderia: “eles se acostumaram”. Outro diria “eles se acomodaram”. E a verdade? Pode até ser. O ser humano tem uma capacidade incrível de adaptação.

E outro fascinado por psicologia diria sobre o amor “é pura vaidade! Os relacionamentos são baseados em transferência de prestígio e/ou qualidades”. Sim, pode ser. Aqueles conhecedores de literatura, diriam “é amor pela idéia do amor, pela sensação de estar apaixonado. Você nunca leu Shakespeare, oras?!”. Também faz sentido. Alguém que acredite na magia do cinema diria ainda “Mas e se for simplesmente amor? Como nos filmes da Disney. Um sentimento que vence qualquer obstáculo”. Bom, acho que não.

Enfim, amor para mim é (e sempre foi) esperar. Esperar que algo bom aconteça. Esperar que tudo se resolva como num filme da Molly Ringwald. Venho fazendo isso já há algum tempo. Mas esperar até quando? Quando a espera termina? Afinal, Godot nunca apareceu.

Bom, façamos o teste do tempo. Segue abaixo meu desejo de amor e daqui a alguns anos quando ler os arquivos deste blog, talvez fique feliz por te-lo realizado ou talvez o ache tão idiota quanto qualquer outra coisa que já escrevi. E ao terminar de ler, caso não o tenha alcançado ainda, certamente ficarei com aquela sensação melancólica de quem está se desperdiçando e precisa parar o relógio a qualquer custo porque não é certo envelhecer sem aproveitar suficientemente cada dia.


Desejo de amor

Nos meus sonhos, você perdoa minha fra(n)queza e abre os abraços para me guardar. Sei que o amor pode nunca acontecer. Apenas prefiro não saber.