Karen Cunha de vestidinho amarelo, bota e faixa no cabelo, circula pelo bar mais exótico de São Paulo em meio aos crossdresseres (será que o plural é esse?), as spice gays, patricinhas bizarras do Dante Alighieri, além de outras figuras incríveis. No palco uma bicha muito fina vestida com um longo preto e lindo, faz um dueto de "Blue Savannah" com um cara (que era uma mulher). Uma menina vira sem mais nem menos pra Lorena e diz que a amiga dela queria muito tirar uma foto comigo.
Chego bem no momento da "negociação" e sem entender nada me posiciono na frente da câmera, chamo a amiga e tiro a foto com aquele meu sorriso falso de fotografia.
A amiga agradeceu sem graça, eu sorri o quanto pude e virei as costas.
Não, ela não estava dando em cima de mim (se estava deveria ter sido mais explícita), ela não estava puxando amizade, ninguém me contou o motivo do registro. Seria eu uma pessoa assim tão exótica?
Na volta pra casa todos no carro se divertem quando traço um paralelo entre o fato ocorrido e a Sindrome de Macaco Jimmi. Como se não bastasse a humilhação, me obrigam a explicar a teoria para uma amiga que ainda não conhecia.
Ela ri.
"Karen, conta pra ela sobre o dia do atropelamento?"
André Sakr - RIP. Meu HIT
Há 5 anos
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