sexta-feira, julho 25, 2008

Mais velha, menos tolerante

Mundialmente conhecida pela capacidade de ignorar o que a chateia, Karen Cunha sempre achou que depois de um tempo fingindo que uma coisa não existe ela simplesmente desaperece: Não gostou do tom de azul daquela parede? Finja que ela é branca e siga com a sua vida. Aquela pessoa não gosta de você? Simplesmente a delete, mas faça rápido antes que a situação afete sua auto-estima de alguma forma.
Mais de um quarto de século depois me cai a ficha de que é impossível ignorar por completo uma situação. Aquelas pequenas coisas que você não conseguiu abstrair vão se juntando, juntando e um dia você esfaqueia o seu amigo no CTR(ops, exemplo cruel).
Durante a minha primeira comemoração de aniversário do ano (sim, vão ter várias), uma pessoa que gosto muito passou por uma situação super chata e ainda ficou se sentindo culpada por estar triste na minha festa. Peraí, como assim? Todo mundo tem o direito de se chatear, de não querer, de achar pouco, de achar ruim ou bom demais, de sentir saudade, de se sentir ofendido... onde é que este mundo vai parar se a gente nunca mais puder agir de forma sincera?
Como assim a pessoa com quem você está junto 24/dia se choca quando você diz que estar com ela é uma escolha e não falta de opção? Isso me aconteceu recentemente, eu no meio do nada tendo que argumentar que tinha milhares de outros amigos e se estava ali naquele momento era porque eu realmente queria.
Socorro, isso não está implicito? Não, não está. Conversamos diariamente com gente que não queremos, inventamos afinidades com pessoas que não tem nada a ver, sorrimos demais por educação e nunca estamos aborrecidos por fatos objetivos, mas vivemos reclamando desse mal-estar e de que a vida não presta. Por que será, não?
Cansei dessa falta de sinceridade, quero poder confiar nas pessoas, ficar chateada e não ter vergonha de demonstrar.


Minha primeira atitude como pessoa sincera é dizer que eu adoro ser enganada por novelas, séries e afins, mas que estou muito chateada com o "A Shot at Love II".
Uma coisa é dizer UMA VEZ que a Tila Tequila é apenas uma bissexual em busca do amor, mas querer que o público acredite que ela sofreu uma desilusão amorosa com o vencedor da última edição (este por sua vez já deu diversas entrevistas dizendo que nunca falou com ela após o programa), mas que não desistiu da busca por sua alma-gêmea já é um pouco demais.