quarta-feira, abril 12, 2006

O que há...

Não adianta, eu vivo especulando, mas no fundo eu não entendo.
O que há de errado com as coisas que me cercam, no fundo eu não entendo.
Meus sonhos se tornaram pesadelos e os anjos de outrora hoje em dia são fantasmas que insistem em me atormentar...
Coração, mente e estômago. Também eles não se entendem e na disputa acirrada em busca de uma solução se vingam um no outro numa triste erupção.
Hecatombes de sensações confusas e dispersas; regurgito no final .
A certeza da morte antecipada era apenas uma desculpa para não pensar no amanhã e agora que estou diante dele, o que farei? Não, o fim não está próximo e eu nem sempre tenho saco pra continuar. Minhas expectativas foram todas frustradas, durante os anos de minha existência mediana e medíocre, por que não? Vamos assumir a falência de todos os sonhos possíveis, a inoperância de todos os ideais, a incoerência de tudo aquilo em que acreditávamos até pouco tempo atrás. E se tudo o que aprendemos não nos serve o que servirá então? Vamos todos com urgência invadir as drogarias...
Buspirona, Ritalina, Dopamina, Anfetamina, felicidade comprimida em cápsulas coloridas. Agente sabe que o efeito passa e que o tédio continua, mas no fundo é mesmo falta de opção. Se não podemos lutar contra aquilo que nos oprime, nos reprime e nos deprime temos ao menos o direito de aliviar a dor. O torpor, o sexo vil, a falsa alegria de dançar... Não, não se espante no fundo eu não entendo, só sei que é assim...