quarta-feira, abril 16, 2008

Sindrome de Macaco Jimi




Estou com cada vez mais vontade de escrever e cada vez menos vontade de escrever. Vai entender essa cabeça, não? Tem muita coisa acontecendo no momento, podia passar horas me lamentando ou fazendo revelações bombásticas para aumentar a audiência dessa joça e superar o caso Isabela.
Mas tô guardando tudo pra terapia.
Esses dias resolvi reler o meu primeiro blog (que foi tristemente retirado do ar pela globo.com após completar 2 anos e mais de 100mb de tamanho) e constatei que minha dislexia melhorou bem pouquinho nos últimos 5 anos, mas a minha capacidade de entreter diminuiu drasticamente. Em 5 anos ganhei 18 kg (todos eles em 1 mês e meio), mas a minha paciência diminuiu junto com a minha esperança de que algo fosse melhorar.
Minha turma diminuiu, algumas pessoas misteriosamente permanecem em minha vida ocupando papéis diversos, outras desapareceram ou viraram coadjuvantes (outras fazem figuração).
Os meus problemas mudaram de endereço, de nome, tamanho, mas são basicamente os mesmos, só que agora quem paga a terapia sou eu e o valor da sessão aumentou 500% de lá pra cá.
Eu ri muito e gostei demais das coisas que eu mesma escrevi: as listas, o manual suicida, a sessão "existe alguém mais loser do que eu" e a capacidade que eu tinha de me expor e falar da vida dos outros (que por sinal eu sabia que também liam o blog).
Na época estava totalmente surtada, bulímica, tinha acabado de entrar na faculdade (e pasmem ainda continuo nela), meus pais estavam quebrando o pau todos os dias e em processo de separação após 20 anos de casados e eu nem sabia por que diabos chorava 24h/dia e sentia uma angustia que não tinha fim, mas mesmo assim era capaz de dar dicas de filmes, músicas, baladas, e fazer graça.
Essa semana meu terapeuta (que continua o mesmo) disse que não entende porque eu acho que tudo o que me acontece é tão bizarro. E eu disse pra ele que não era bizarro no sentido de aberração, mas de absurdo, surreal, nonsense...
Tenho pensado muito sobre isso ultimamente, porque toda a vez que conto os meus dramas mais intimos para alguém é bem comum obter uam gargalhada e um "karen cunha você não existe" como resposta.
Mas lendo meu antigo blog e pensando na história da minha vida eu chego a conclusão de que não tem como não rir de álguem que: namorou 2 caras ao mesmo tempo sendo que um deles era gay e na hora de escolher entre um e outro optou pelo segundo e ficou com ele por (pasmem!) 2 ANOS, entrou pra faculdade de pedagogia mesmo isso não fazendo o menor sentido, teve urticária crônica e engordou 18 kg, descobriu que tinha disturbio alimentar na primeira vez que tomou bolinha, fez uma festa dos anos 90 no ano 2000, ficou com todos os bateristas de uma certa banda independente famosinha do ínicio "da cena", passou o reveillon com o ex-namoradO e O atual fazendo mimica de cinema, tinha um amante mesmo não tendo um namorado, viu o menino que estava gostando esquematizando um encontro com a melhor amiga na própria casa em plena festa de aniversário, foi abandonada na festa de reveillon pelo ficante porque ele estava apaixonado por uma Sueca que só conhecia pela internet, passou o dia todo pensando em comprar um vibrador e em marcar uma consulta com uma cartomante...


E para quem ficou com vontade de saber mais dessa vida medíocre, tem agora a oportunidade de ler o finado "Quero Ser Jeanne Moreau" no "Way Back Machine" que recupera arquivos da web.
É só entrar em archive.org, digitar: http://www.banalidades.blogger.com.br e se divertir!