terça-feira, maio 27, 2008

Tem coisas que só John Cameron Mitchell faz...

flNão me apaixono pelas pessoas com facilidade e quando isso acontece é tão assustador que acabo sofrendo e dramatizando tanto que preciso sublimar para sobreviver.
Quando será que tomei a decisão de ser deste jeito? Será que vou acabar atolada no meu próprio poço de amargura?


Shortbus

Sempre faço piadas sobre o meu futuro no hall de algum hotel decadente com uma taça mão e a bolsa cheia de remédios variados dizendo "verdades" para todos:

- Você tá dizendo que quer um neto? Só se você adotar outro filho, porque o seu não vai engravidar ninguém não. Ou você acha que aquele sujeito que divide o quarto com ele há anos é só um amigo?
- Ai deixa a menina botar silicone, ela precisa conseguir uma promoção no trabalho...

E por aí vai.

Mas se existe alguém que tem a capacidade de me deixar apaixonada é o John Cameron-Mitchell. Ele sempre aborda o tema certo, do jeito certo e sempre consegue passar a sensação certa através de imagens e sons.


Prestem atenção: o cara de blusa azul/lilás/sei-lá-o-quê é responsável por boa parte da trilha.


Fiquei extasiada quando vi Hedwig, saí dançando da sala em Shortbus e olha que no dia havia deixado alguém sozinho no meio de um "lance" pra não perder a sessão. Agora estou completamente apaixonada pela trilha sonora.
Desde que baixei as músicas de Shortbus eu vivo suspirando pelos cantos, lembrando com carinho de coisas que nunca aconteceram, olhando com outros olhos para o céu, o trânsito, as pessoas... Sentindo o vento batendo no meu rosto enquanto rumo para o trabalho (mesmo sabendo o que me espera por lá)...

Alguns de vocês podem estar se perguntando o que foi que eu tomei, mas posso garantir que é PURO AMOR e que só John-Cameron Mitchell é capaz de extrair isso do meu coração cinza-fosco. Só ele!




PS: Analisando agora, percebo que se não fosse pelo hall do hotel decadente a minha situação atual não seria muito diferente das minhas perspectivas de futuro...

quinta-feira, maio 15, 2008

O Último Episódio


Assistam o primeiro capítulo....

Eu tenho um certo problema de vicio quando o assunto é novelas ou seriados. Eu simplesmente não posso assistir mais de 2 capítulos que fico totalmente dependente.
Meu vicio atual é o reality show "A Shot At Love", uma das coisas mais bizarras e trash que já vi na vida, mas não perdi um episódio desde o começo.
A premissa é a seguinte: uma celebridade do Myspace chamada Tila Tequila declara ao mundo que é bissexual e está em busca de um novo amor. Dái ela reúne 16 homens e 16 mulheres em sua mansão para decidir quem merece o seu coração (Sim, porque tudo o que ela quer é um amor verdadeiro, tá?)
Nem preciso dizer que já rolou todo o tipo de baixaria: homem e mulher que deram uns catos, briga, escândalo, bizarrices e HOJE a MTV Brasil exibe o último episódio onde Tila vai escolher entre:

Bob - um bobão de cabelo espetadinho que mora nos Estados Unidos profundo e veste camisa polo rosa

ou

Dani - sapa oldskull que faz o gênero "eu sou fofa, politicamente correta e todos me amam" e é bombeira na Florida.

Particularmente, eu e meu irmão de quinze anos (pra vocês verem a idade média de quem assiste ao programa) estamos torcendo para a Sapa boazinha, afinal, ser gente boa em 2008 não é fácil. Sem contar que não podemos apoiar alguém que use Polo Rosa e cabelo espetado ao mesmo tempo.
O que sabemos sobre a final é que o romance de mentira com a tal da Tila durou bem pouco, afinal, existe uma nova temporada do programa com a mesma protagonista...

terça-feira, maio 13, 2008

Beijoemecolocanasuacópiaoculta

Prestem bastente atenção, porque é muito importante: mandar emails para várias pessoas sem ser em cópia oculta é algo realmente sem perdão.
Um dia você começa a receber uns emails bizarros e começa a ficar insegura: será que fizeram um mapeamento dos idiotas potenciais da cidade e eu estou na lista?
Daí você percebe que o melhor amigo do seu ex também está na lista e percebe que nãããão, alguém simplesmente roubou o seu endereço do email de outro sem noção que também não sabia pra que diabos servia aquele campo cco (ou bcc) no email.
Puta que pariu, a cada dia que passa eu recebo coisas mais esdruxulas como àquela porra de Sambacana Groove que acontece no Copan, ou a agenda de uma banda do rio que nunca ouvi falar. Isso quando não recebo emails pessoais de alguém que me achou na lista de "sei lá quem" e achou que fosse outra pessoa (Juro, hoje me escreveram combinando um encontro em Houston e antes de ontem eu recebi várias fotos de outra Karen Cunha que não era eu).

Francamente, isso não dá.
Acho que divulgar é muito importante, mas peloamor, coloque o email na cópia oculta. Tão mais seguro, tão mais clean.....

E a humanidade agradece.

quinta-feira, maio 08, 2008

Quero ser Leyla Perrone-Moises

Preciso dividir uma coisa com vocês: estou tentando escrever um livro.
Tá, é ridículo dizer isso em 2008, primeiro porque ninguém mais lê (nem eu), segundo porque isso é coisa de adolescente na década de 80, hoje em dia as pessoas fazem filmes com verba pública, dinheiro do pai ou a câmera "da facul".
Eu já tentei isso outras vezes (3, para ser mais exata) e assim que chego no meio do terceiro capítulo desisto da história e vou fazer algo melhor.
Não consigo escrever sem saber onde quero chegar e se sei onde quero chegar preciso chegar logo, senão enjôo.
Mas desta vez eu abandonei o capítulo 3 e comecei a escrever o meio da história e daí volto para o começo e penso no fim. E desta forma meio anárquica a coisa está fluindo de um jeito assustador.
Só penso nisso. Visito sites pra pesquisar coisas, peço ajuda para os amigos para compor personagens e principalmente: estou inventando uma história e não simplesmente escrevendo sobre mim.
Tudo o que escrevi na vida foi baseado na minha história medíocre e isso sim dava um bom livro de piadas tipo as "anedotas do Juca Chaves": você lê uma piada sem graça, vai pra balada, assiste a um programa na tv, vai pra uma rave em Jales, é pego pela policia com drogas sintéticas, o pai do seu amigo vai lá te soltar e daí você volta e lê outra piada. Sem compromisso, sem pressão. Mas isso vocês encontram aqui no blog.
Na incapacidade de contar a história linear da minha vida (principalmente porque ainda não morri), preciso inventar algumas coisas.

O problema é que ainda que minha mente seja bastante fértil, não levo o mínimo jeito para a ficção, imaginar personagens me dá uma preguiça danada, fazer uma história coesa com começo, meio e fim é uma tarefa impossível pra mim.
Enquanto os meus amigos liam "O Apanhador no Campo de Centeio", "A Revolução dos Bichos" e "1984" eu lia Stanislaw Ponte Preta (ou Sergio Perto), Carlos Drummond de Andrade e outros fulanos que sabiam escrever histórias curtas, engraçadas e tão simples que podiam muito bem estar naquela coleção "Para Goster de Ler"(que aliás, deveria se chamar "Para Gostar de Ler Crônicas")
Depois de ler quase todos os livros de crônicas do Brasil, cheguei a conclusão de que nenhuma história valia mais que cinco páginas e foi daí que surgiu a minha aversão a livros grandes e filmes longos. Tem que ser mestre pra não perder o fio da meada.
E eu não sou um Kerouak da vida que é capaz de prender a atenção do leitor enquanto conta a história de uma viagem pelos estados unidos, sem pé nem cabeça e nem compromisso (e mesmo você tendo certeza que aquilo não vai acabar em lugar nenhum, simplesmente não consegue desgrudar a cara da porra do livro e fica triste porque percebe que está acabando), então um parágrafo grande (como este aqui) escrito por mim já fica confuso para quem tá lendo.

Mas eu estou botando fé, sei que vou postar daqui 1 ano que eu simplesmente desisti daquela história, mas por enquanto eu tenho vontade de escrever todos os dias sobre as coisas mais mirabolantes do mundo, tenho idéias o tempo todo e fico super empolgada com tudo.

PS: Leyla-Perrone Moisés é uma professora da USP que tem a capacidade de escrever profundamente sobre qualquer coisa (até Lacan e Fassbinder) em 5 páginas no máximo. Dúvida? Então leia Inútil Poesia e me diga depois.

PS2: Nossa, um post grande assim já fica sem sentido...

sexta-feira, maio 02, 2008

15,89% menos Karen Cunha

Quando está calor o corpo inteiro dilata ocupando todos os espaços e dando uma falsa impressão de satisfação e completude: a cama é pequena pra você, o quarto não é o suficiente, nem a rua, a balada, a cerveja ou o universo. Você é grande demais pra tudo isso.
Quando o frio chega, tudo volta para o lugar: a blusa da última gaveta, os casacos do armário de cima, o gorro, a segunda pele e àquela tristeza de perceber que sobra um espaço gigante na sua cama, no cinema, na mesa do bar, no sofá, na agenda do seu celular, no vidro de Lysoform e principalmente dentro de você.