terça-feira, novembro 25, 2008

Pareço Puta - Parte 2

Piano bar do Terraço Itália.
Essa frase em si já justificaria o título deste post, mas a mocinha em questão não era ligada nessas coisas, trabalhava com produção cultural e estava levando amigos de uma banda gringa para passear.
Eram 4 : um casal, a mocinha e outro menino. Lá chegando viraram 6: 3 meninos e 3 meninas.
O visual era maravilhoso, seus amigos estavam emocionados com a vista de São Paulo. Era bonito demais e a mocinha se perguntou se já havia estado ali alguma vez... Não, apenas no restaurante acompanhada dos seus pais.
Eram 3 ingleses, 2 brasileiras e um argentino e todos se divertiam muito com as diferenças culturais.
Os garçons tratavam a mocinha muito bem e na mesa da frente havia um casal, um bebê e um homem que não parava de olhar pra ela.
A namorada do Argentino reparou que a criança não parava de olhar para ele, estava tão fascinada que acompanhava atentamente todos os seus movimentos. Esta foi a deixa para que as mesas fizessem contato...

Eles também eram estrangeiros e falavam um mal português. A mocinha não simpatizava com aquelas pessoas e não sabia porque, então permaneceu zombando do amigo ao lado (o único que não fazia parte de um casal) dizendo que ele pedia drinks de menina. Teoria essa que, segundo a mesma, era comprovada cada vez que o garçom trazia pra ela as coisas que ele pedia.
Ele não se importava, queria apenas a descrição minuciosa de tudo o que havia no cardápio e afirmava ter certeza absoluta que queria um drink com chocolate quente e chantilly mesmo que a noite estivesse quente. "A gente precisa dessas coisas e ponto" dizia ele.
Do outro lado da mesa o rapaz estrangeiro interrogava a namorada do argentino sobre a vida e atividade da mocinha:

- E ela, o que ela faz?
(sem tempo para uma resposta)
- Ela é de onde?
- No que ela trabalha?
- Ela é casada?
- E ele que tá com ela? Faz o quê? Onde ele mora?

a namorada do argentino estava obviamente constrangida e tentava ser política, mas desistiu de manter a conversa quando o pai do bebê perguntou se ela tinha Facebook.
A mocinha ficou sem entender por que a namorada do argentino (que era sua amiga há anos) não disse logo que ela era produtora daquela gente toda, não era casada, era um pouco antipática e inclusive odiava gente estranha.
E foi naquele momento que caiu a ficha: solteira, mini-saia, gringos, piano bar do terraço itália... se a amiga dissesse que a mocinha trabalhava com arte talvez não pegasse muito bem. Talvez ele perguntasse: arte como? Ela é dançarina?

Neste dia eu adquiri um novo complexo: "A Síndrome de Pareço Puta".

E ela foi comprovada com a expressão de surpresa que o garçom fez quando saquei o cartão da minha bolsinha preta e paguei não só a minha, como a conta do amigo que pedia drinks de menina de tpm.
Não, não é só o traje, eu descobri que tenho cara de puta que não diz que é puta, mas frequenta festa de gringo velho e cobra pelo serviço.
E depois disso eu fiquei chateada, principalmente depois que alguém me alertou para o fato de eu gostar de loiros (que coisa mais clichê).
Por outro lado percebi que se tudo der errado na minha vida profissional, tenho uma carreira promissora em outra área da produção cultural. haha!
Ah e se eu não tiver talento pra coisa, talvez eu venda a minha história pra Monique Gardenberg colocar no "O Pai ó".

segunda-feira, novembro 17, 2008

Pareço Puta - Parte 1

Num famoso prédio do centro de SP onde mora a rainha Prhyyyscyllah:

- O senhor vai subir? - Diz a mocinha simpática, segurando a porta do elevador.
- Uhnn... - Balbucia um senhor distinto com as mãos cheias de sacolas de compras.

(silêncio - A mocinha educadinha permanece segurando a porta. O senhor idoso resolve entrar.)

- Melhor ir nesse, né?
- Quê? Desculpe, estava ouvindo música... - Diz a mocinha, sentindo-se indelicada e retirando o fone do ouvido imediatamente.
- Melhor ir nesse mesmo, porque até o outro chegar...
- é.... - Diz a menina recolocando o fone, desta vez no melhor estilo "conversa encerrada"
- Em que andar você mora? - Pergunta o senhor, medindo a moça dos pés a cabeça.
- Eu não moro aqui, meu amigo é que mora no nono.
- E você mora onde?
- Cerqueira césar láááá em cima. - Responde a menina que estudou em colégio de freira.
- E em qual ramo você trabalha?
- Artista, show, essas coisas.... - Responde ela, saindo em disparada do elevador.

traje: mini-saia, bota, cabelo desgrenhado e blusa de ziper e capuz.

domingo, novembro 16, 2008

All about cake

A minha tara de gordinha predileta sempre foi bolo.
Mesmo na época em que eu pesava 46kg, todas os meus momentos gordinha descontrol foram afagadas por pedaços e mais pedaços de bolo.
Houve uma época em que eu sonhava com bolo todos os dias. Era falta de sexo. Afinal, meu namorado homossexual estava deixando a desejar.
É muito difícil fazer um bolo. É uma coisa trabalhosa, você precisa "ter mão", ser cuidadoso, esperar esfriar pra colocar recheio, colocar amor (sim, tem gente que diz que bolo precisa de amor) e adotar uma série de medidas para se obter uma obra perfeita.

Um dia eu tentei explicar pro meu terapeuta o porquê do bolo em vez de qualquer outro doce e acabei dizendo que me sentia bem em comer algo que deu tanto trabalho pra alguém fazer. É verdade.

Cerca de 2 semanas atrás eu estava com nojinho total de bolo, afinal, tinha conhecido alguém muito mais viciado do que eu. Achei patológico, fiquei preocupada e totalmente transtornada com a situação...Como se eu soubesse que um bolo não é só um bolo, existe muita coisa por trás.

Passado o momento confronto não consigo pensar em outra coisa além de bolo de chocolate feito em casa com aquela calda bizarra e aquelas bolinhas de gordinha feitas com flocos de arroz.


bolinhas de gordinha... uuuhhnnn!

O problema do bolo feito em casa é que eu nunca consegui fazer um bolo crescer e na minha casa não tem ninguém disposto a fazer um. Portanto tenho saído constantemente em busca de um bolo artesanal.

Odeio o bolo da Bella Paulista, tenho vontade de vomitar quando penso em bolos bonitos que não têm gosto de nada. Aliás, essa é a tipica coisa que acabaria com o meu dia.

E eu vou sair agora para tentar achar um bolo feito por alguma avó amorosa, a irmã mais velha de alguém, ou algum funcionário de confeitaria que realmente pensou em quem ia consumir a sua obra-prima.
Lógico que não vou achar, mas vou ficar imaginando isso quando der a primeira mordida...

E vai ser melhor que um carinhosinho, um abraço ou qualquer outra coisa dessas.

sexta-feira, novembro 14, 2008

Coisas Ruins Que Fiz Para os Outros - A não-trepada do século



Muitas vezes eu investi pesado em alguém que não me dava muita atenção me fazendo de fácil, desencanada e promessa de melhor sexo sem compromisso do século.
Quando o menino finalmente se convencia e vinha feliz em busca de "prazer, ação e suspense numa trama de intrigas repleta de sensualidade", eu perdia o interesse, ficava preguiçosa, amendrontada e não participava muito do ato em si.

E isso se repetiu muitas vezes ao longo da minha vida.

E toda a vez que alguém se recusar a fazer sexo comigo será por causa disso.

Mas venho por meio desse, dizer que estou tratando esse problema por meio da psicanálise 1x/semana, a um preço maior do que o que posso pagar!

Quem sabe um dia eu perca menos tempo achando que todos os caras são gays?

terça-feira, novembro 11, 2008

sábado, novembro 08, 2008

Beavis and Butthead Lost in Translation

- Não sei o que pensar dessa banda.
- Neu eu
- O que overwhelming significa?
- haha uma coisa que não vai fazer nenhum sentido pra você.
- Como assim?
- haha é algo que te toca fundo, que tem um grande significado...
- Nossa, que sintomático eu não saber o que significa.
- Haha Pois é, foi o que eu disse.
- O que é ervilha mesmo?
- Green beans. Quantas vezes vai me perguntar isso?
- Ah. E isso aqui: manjericão? E bacalhau?. Não sei, eu queria algo com Peperoni... Olha, gorgonzola!
- Meu, não se deve comer a gorgonzola de uma pizzaria que entraga as 4h, socorro!
- Ok. O que é isso: escarola? E palmito? E peito de Peru? Por que diabos você não me ajuda?
- Acho que eu já decidi.
- O que?
- Essa banda é um horror.
- Verdade. Como a gente pode ter tido alguma dúvida?
- Ridículo.
- Isso aqui é chicken, ó!
- Que nojo, que tipo de gente coloca frango na pizza?
- Olha essa roupinha deles? Tô me sentindo tão ofendida...
- Hey, o que é ervilha, mesmo?

quinta-feira, novembro 06, 2008

Medo

Não tenho tempo pra nada e ainda vou tirar o siso debaixo amanhã. Ele está reto e confortável, mas resolveu que não vai sair, e isso dói pra caralho. É uma metáfora para a vida em sua totalidade, né? Enfim, tirar os outros foi tranks, mas tô com um medo ridículo. Queria coragem, tempo e um drink.

terça-feira, novembro 04, 2008

Tese da Semana - Alimentação e Approach

Você está naquele encontrinho e não sabe bem o que vai acontecer ali? O prato (ou copo) do seu pretê dá a dica:



Doces nunca são um bom sinal. Quem é que se entope de doce em um encontro sem estar de tpm?
Nunca se esqueça que a gente usa o açucar pra esquecer, pra reprimir.... Ou ele está nervoso demais e não vai rolar nada, ele tá te trocando por açucar ou então ele é completamente doido e você deve pagar a conta e dizer que deixou a panela de pressão ligada.

A menos que o bonito (ou feio, sei lá, cada um cada um) seja um esportista e tenha saído do treino a quantidade de comida também pode antecipar um futuro próximo: ele dormindo na casa dele e você se achando desinteressante. Portanto se ele comer demais, vá pra casa ou já agende aquele fuck buddy pra mais tarde.

Excesso de carnes, molhos e gorduras de um modo geral denotam um certo descaso com a própria performance sexual. Logo, se ele pediu um sanduíche de pernil, acredite, ele quer ser só seu amigo.

As bebidas enganam. Não é porque ele encheu a cara de cerveja que ele não quer nada com você, pode ter sido apenas um nervosismo ou ele não conseguiu comer direito por estar ansioso para te encontrar. Mas uma coisa é certa: SE ELE PEDIR UM MILKSHAKE...

E esta teoria é baseada em estudos pessoais, a ciência soy jo.

segunda-feira, novembro 03, 2008

Fast Food Fast Women

Após perceber que estava em uma festa de sapatas, mulher heterossexual convicta avista um homem charmoso e começa a se insinuar para ele de forma digna e discreta.
Correspondendo às investidas, o homem sorri, seus olhos brilham e os corações de ambos fazem contato.
Ele se aproxima lentamente dela...

- Sou hétero e curto um grelo- Diz ele
(silêncio)
- Sou hétero e adoro uma rola - Responde ela.

Mas não rolou nada porque ele disse que era professor de Pilates.


PS: O nome da protagonista foi ocultado "a nível de amizade".

sábado, novembro 01, 2008

Aniversário de Jesa

Se todas as coisas do imaginário humano existissem a vida seria mais excitante.

Em vez de encher o saco de vocês eu poderia me queixar diretamente com um deus dono de todas as respostas. Ninguém precisaria passar por um check in se houvessem viagens abduzidas por Ets. O melhor animal de estimação seria um coelho botando ovos de chocolate ao invés de cagar.

Minhas dívidas não existiriam se um velho de barba branca me trouxesse um carro zero todo ano no aniversário de Jesa. Aliás, Jesa não precisava ter morrido com tanto poder. Ele poderia estar aqui me ajudando, fazendo esse pêlo encravado desaparecer e me contando detalhes de sua próxima festa. Então ele me daria um flyer lindo e se despediria.

Odeio de verdade quando essas luzesinhas made in China começam a piscar nas janelas, nas árvores e nas fachadas. Tudo é de imenso mau gosto e as pessoas mais hipócritas ficam realmente insuportáveis falando de paz, amor e união.

Só me faz lembrar que mais um ano está acabando e nada genial aconteceu mesmo com todas as investidas.

Vou voltar a dormir.