sábado, janeiro 31, 2009

Guia Paulistano Para o Mundo: a desigualdade social

18:40 me:
Meu, to na cachoeirinha.
To morrende de fome
Não terminei a apresentação
e tá a maior chuva.

Como vou sair daqui?

Meu sonho hj era comer no spoletto

maíra diz:
18:41 eu to no Brooklyn
to com fome
e tá a maior chuva

Como vou sair daqui?

Meu sonho era comer sashimi

me:
tá vendo como vc é chata e elitista?
eu falando de spoletto e vila nova cacheirinha e vc....

quarta-feira, janeiro 28, 2009

EXTRA!!!! EXTRA!!!!!!!



e a música MUNDIAL só tem a ganhar!

beijo Mário

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Porky's, Double Dates - penúltima parte


Fonte: google. Busca por "hit on". Prestem atenção no braço do rapaz

Inglês volta. Senta do meu lado "formalmente". Não diz nada.
Aquela formalidade não existia até aquele momento. Estranho.

Clima tenso.

- O que você está vendo? - Diz ele, sem jeito, me esticando uma cerveja.
- Family Guy - Digo eu, fingindo que não estou tensa e que aquela não havia sido uma pergunta idiota.
- Claro! Que cabeça a minha...

(silêncio)

Finjo que presto atenção no desenho, finjo que acho graça. Não sei o que acontece, mas pressinto que não sei lidar com a situação.
Ele me olha pelo canto do olho. Finjo que não percebo. Minha cabeça voltada para o desenho, meu sorriso falso está conectado com o desenho. Outra olhada. Eu não tô vendo nada.
Ele olha de novo. Sem graça. Continuo tranquila, compenetrada no desenho... acho graça, muita graça. Mentira. Mas se eu não vi é porque não existe.
Dessa vez ele ameaça dizer algo.
Não diz.

Eu não tinha certeza de nada, a não ser que aquela situação era estranha. Vergonha alheia. Vergonha alheia de quem? Algo vai acontecer, eu sei que vai. Mas o que eu vou fazer?
Ele boceja, me olha como quem espera que eu inicie um assunto. Não faço. Afinal, nem tava percebendo nada.
Ele respira fundo, ele se vira, ele espreguiça...
Algo ali me lembrava Porky's, American Pie, A Primeira Transa de Jonathan, O Último Americano Virgem e todos os filmes do Patrick Dempsey (menos o novo que é na Escócia). Tudo passando na minha cabeça, mas por quê?

Eu queria dizer uma coisa, mas tenho medo de soar idiota... - diz ele.

(continua...)

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Porky's, Triple Dates ou Sempre me achei muito esperta... Parte III




Sem a menina de Connecticut que foi morar em Buenos Aires para se especializar em Tango, sobraram o Australiano, a Italiana, o Outro Inglês, namorada, Karen Cunha e o inglês.
Na hora de ir embora chamo 2 taxis e me certifico de que o taxista conhecia o destino: Club Melt, no Leblon. O "outro inglês" e a namorada ficam muito felizes com a minha ajuda, mas quando me pergunto em voz alta se vou no taxi deles ou no outro, percebo algo estranho no ar:

- Maaaas.... você vai para o Melt com a gente? "Que legal" - Diz o outro inglês sem conseguir esconder o desapontamento.
- Sim, mas acho que vou no outro taxi então.
- É que... é que eles não vão para o Melt.
- Ah é? E vocês vão pra onde? - Pergunto para os outros.
- Nós vamos para aquela balada perto do hostel, antes podemos pegar umas cervejas e beber bastante...- Diz empolgadamente o inglês.

Pergunto a italiana se ela sabia que iamos acabar não fazendo nada e ela diz "vamos sair a gente ué?". Assim que o Australiano diz que vai pra casa ela diz que também vai.
As coisas estavam um pouco nebulosas, ainda que bem lá no fundo eu já estivesse quase entendendo a situação... Mas sempre me achei muito esperta e auto-suficiente então decidi que preferia não fazer nada do que ir a um club uó com um casal que eu mal conhecia.
Por outro lado, eu odiava aquele australiano, mas o inglês era meu melhor amigo do lugar e a Italiana era divertida então resolvi ir pra casa.
Chegando na porta do hostel o inglês me mostra o vip para a balada que tinha ali do lado e diz que vai entrar para pegar mais. Peço para olhar o convite e mostro pra ele que as letras miúdas estavam dizendo que aquilo só valia até certa hora da noite.
Decidimos em conjunto entrar para tomar uma cerveja antes de decidir o que fazer.
Mas uma vez na casa, o casal desaparece. O inglês vai atrás da cerveja e eu desistindo de tudo, sento no sofá e começo a ver Family Guy...

(continua...)

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Gente, quem é a Mirla na casa ???



Um hospital patrocinando ? Alguém deve estar muito doente no núcleo de direção...

terça-feira, janeiro 20, 2009

Click



Eu - Nossa, tirei a sua melhor foto !

Ela - Ah, deixa eu ver !!! Nossa, ficou boa mesmo! Essa é a melhor! Nossa!

Eu - Uhuuuul !!! Você vai poder voltar pro Orkut !!!

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Porky's, triples dates ou a Roda Gigante- parte 2



Chegamos à balada: FORTE DE COPACABANA, POSTO 6.
Todo mundo aqui sabe que eu deveria ter ido embora, mas como sou uma pessoa bem humorada e positiva resolvi seguir.

No caixa: o preço era 30 e não havia desconto algum para o hostel. Era 1 da manhã. Compro o ingresso de todos (sim, deste momento em diante todos resolveram ficar dependentes da minha tradução o que me fez sentir a "tia augusta"), incluindo um casal que veio no outro taxi com uma menina mal-humorada de connecticut que morava em buenos aires.
A italiana era muito engraçada e se aproveitava do fato de poder falar das pessoas pelas costas sem ser compreendida. Adorei!

Lá chegando me sinto na Vila Olimpia: música ruim, tenda da skol, embratel, pulserinhas e tudo o que há de pior.
Digo ao inglês que o único motivo para se vir ao Brasil era tomar cerveja de garrafa (R$7) e algum tempo depois ele volta com 2 copos enormes na mão.

- Hey British, a garrafa só existe para as pessoas dividirem a cerveja de forma que ela continue gelada.
- Mas eles colocam a garrafa numa comanda só.
- Pouco importa, você paga uma, a outra pessoa paga a próxima. Você não pode andar por aí com 2 copos PLÁSTICOS de cerveja, isso é errado, contra lei, deixa a cerveja quente e nojenta.
- Com quem eu ia dividir, você está vendo alguém aqui do nosso grupo bebendo cerveja, espertinha?

Neste momento o outro inglês da turma (este é o que fazia parte de um casal, vamos chamá-lo de "o outro inglês") chega com mais 2 copos enormes de plástico cheios de cerveja...

- ok, eu já entendi

Italiana e australianos somem, menina de connecticut fica mal humorada e reclama que o australiano havia dito que todo mundo ia pra lá, mas quase ninguém estava e que ela preferia ter ido a um outro club.
Esse comentário soa para o outro inglês como se ela tivesse dito que a mãe dele era uma vaca. Ele não se conforma e com a chegada do australiano eram 3 meninos falando mal dela como tias fofocando na feira e atravancando o fluxo.
A italiana queria saber o que estava acontecendo e expliquei que eles estavam sendo dramáticos como em "O Poderoso Chefão". Ela ri, se indigna com a reação deles e enquanto debochávamos em português/italiano a conversa dos meninos muda. Pergunto qual é a pauta e o australiano diz que a universidade é imprescindível e que faz falta para quem não fez, pois é o que faz as pessoas amadurecerem.
A namorada do outro inglês recebe aquilo como um soco no estômago e começam uma discussão. Ele argumenta de uma forma tão escrota que sou obrigada a tentar explicar o que a menina estava tentando dizer.

- Quem disse que as pessoas que não fizeram faculdade não amadurecem? - Diz ele
- Uhnnnn você, de certo modo...
- Vai você entendeu isso porque estávamos aqui falando EM INGLÊS, vai ver entendeu errado.
- Ai mas até aí você é Australiano, também não fala inglês - Debocha o "outro inglês".

Eu fiquei com raiva, muita raiva, afinal havia perdido tempo traduzindo o xaveco barato dele pra Italiana.
Ele percebeu que havia perdido fãs, daí depois tentou me explicar que politica não se discute na mesa do bar.

- Discordo. Acho que é quando conhecemos as pessoas melhor. E nem acho que isso seja política, de todo modo. Mas sei lá, eu não tava contra você, só acho que você podia ter levado a opinião dela em consideração.
- Então, sabe o que é. É que eu conheço ela há muito tempo e ela não é uma pessoa esperta. Ela é um pouco burra, sabe?

Neste momento, descobrimos que estávamos sendo expulsos, que a festa terminava as 2h e que havia começado as 16h.

continua...

sexta-feira, janeiro 16, 2009

Guia Paulistano Para o Mundo - O consumidor Paulista

O consumidor paulistano é furioso. Ele não pode perder tempo, logo, tudo tem que ser impecável.
Eles são especialistas em reclamar com atendentes de telemerketing, sabem de cor todas as leis de consumidor, não toleram "malcriação" de garçons e nunca mais voltam em bares que são mesquinhos em relação a queijo.
Eu as vezes sou bem furiosa e no momento estou em guerra com a TIM e uma empresa de fundo de quintal chamada Balão da Informática.
Como já me enchi da primeira empresa vou contar pra vocês a minha história com a segunda:

Karen Cunha sente dores nos pulsos e dedos, resolve trocar de teclado e dá preferência para um que tenha um hub embutido (afinal, paulistanos adoram equipamentos com saída usb). Ela pesquisa na internet e encontra um excelente Samsung usb BRANCO com hub por um preço justo e paga o boleto a vista pela internet no mesmo segundo em que efetua compra.
Três dias depois e a compra ainda estava pendente de pagamento, mas ela não se abala. No quarto dia o pagamento é confirmado e três dias depois o teclado chega.
Ela fica emocionada, seus olhos brilham, até o momento em que ela abre a caixa e vê que O TECLADO ERA PRETO.



Neste momento você deve estar pensando que um consumidor de outro lugar teria deixado pra lá, afinal, alma não tem cor e todos somos iguais perante a deus, não? Mas acredite, se você entrasse no quarto e visse o quão ridiculo fica um teclado preto que não é da mac (só uso teclado abnt, desculpe macmaníacos) num micro branco você me daria razão e chamaria a polícia.

Mas a coisa não acabou aí não, enviei um email super simpático à empresa dizendo que eles deviam estar sobrecarregados com as entregas DE NATAL e que estava aguardando eles virem trocar o produto. 5 DIAS DEPOIS recebo a resposta de que teria que arcar com os custos da devolução. Reclamo, obviamente, e como não obtenho resposta entro no num chat que o site oferece e o fulano (pq aí já virou fulano) tem a cara de pau de me dizer que não pode falar sobre o assunto porque aquele era um chat exclusivo para vendas.
Em resumo, hoje 16 de janeiro de 2009 é o aniversário de um mês que eu ainda não tenho um teclado branco pleomax samsung usb BRANCO. Pra piorar, eles passaram em casa e retiraram o preto essa semana.

Consumidores paulistanos furiosos são um problema, eles deixam a telefonica no topo do ranking do procon, eles mandam emails para ouvidorias e sim eles escrevem para os amigos dizendo que tal empresa não presta.

Ah quase ia esquecendo, não comprem na Balão da Informática, tá?
O que você vai economizar será gasto em calmante e ranitidina.

terça-feira, janeiro 13, 2009

Guia Paulista Para o Mundo #REVISADO# #DE NOVO#

• É proibido colocar catchup em pizza.

• Dois na moto é bandido.

• Passou a Duque, é periferia.

• Não se pode perder tempo.

• Impossível fazer vestidos lindos e perfeitos sem a mão de obra boliviana.

• E não temos mais vagas.

• Eu não gosto de Mentex.

• Não tenho um centavo, acabei de pagar isso com o cartão.

• Fila é meu sobrenome.

• Você cobrou 200,00 reais pra enfiar um pedacinho de cabo dentro do cano e desentupir em 5 minutos ???

• Não ande feliz pela Rego Freitas. Essa não é uma rua feliz.

segunda-feira, janeiro 12, 2009

voltei!

Sim, voltei e estou de bom humor.
Sei que é estranho, mas pretendo mantê-lo por um bom tempo.

Gentem,
Em primeiro lugar eu gostaria de dizer que me recuso a seguir a nova regra ortográfica! Sou disléxica e gastei muito tempo da minha vida tentando aprender as regras de acentuação e coisa e tal. De modo que, agora eu não vou voltar a trás. E que se dane!

Se quiserem parar de acentuar os ditongos crescentes e decrescentes orais e nasais isso é um problema de cada um, mas eu não vou.

aliás: assemblÉIa, jibÓIa e herÓIca pra vocês!

beijos

terça-feira, janeiro 06, 2009

Porky's, triples dates ou a torre de babel - parte 1


Fazia um dia que estava no novo hostel em RJ , lá tinha guitar hero, meninos bonitos e água mineral.
Eu já havia feito amigos logo no primeiro dia (impressionante como fico simpática em viagens) então já havia passado a tarde/noite com um menino inglês no pão de açucar tirando fotos da Fluox e era bastante natural que eu aceitasse qualquer tipo de passeio proposto por aquelas pessoas. Eu tava afim de me enturmar, de fingir que era uma pessoa legal e eu podia, afinal aquela gente não sabia que várias vezes quase morri afogada no meu próprio mau-humor.
Algo dentro de mim dizia que era uma furada (especialmente quando : Skol, Copacabana e "20 reais pra quem era do hostel" era o máximo da informação que eu conseguia obter), mas o pessoal tava empolgado e o inglês já tinha me contado uma fofoca quente de que a menina italiana e o australiano (ambos dividiam quarto com a gente) estavam "haviam ficado beem amigos mesmo" na noite anterior e que o irmão dela não podia saber.
No taxi: eu, o australiano, a italiana e o inglês. O australiano (que até então eu achava ser uma pessoa boa) entrega o endereço ao motorista e arrisca um espanhol como se isso fizesse dele uma pessoa extremamente capacitada. Tento gentilmente mostrar ao motorista que existia um brasileiro ali que conhecia os caminhos (mentira, eu não fazia nem sabia o endereço). O australiano me impede de prosseguir como quem diz "eu sou o homem da casa" e depois se toca:
- "nossa, é mesmo você fala português".
- "un poquito" - debocho.
Sigo traduzindo para o português o que ele dizia (como se eu realmente entendesse) para a italiana (que por sorte DELA não favala inglês). Eu ajudo a tornar a conversa mais interessante, mas o menino não facilita.

(continua...)

domingo, janeiro 04, 2009

é...2009

no rio se tem a certeza de que algo vai acontecer em algum momento mesmo que seja um suicídio pós virada. em sp, existem termos como "usuário na linha".

2008 manteve a classe como todo bom paulistano, que mesmo respirando ar de peido segue em frente sem perder a pose. 2009 é o momento de perder a classe e falar merrda, assim como os garçons de copacabana.

no rio todos parecem ex-astros de tv que viraram garçons.

os astros também viraram taxistas e vendedores de mate gelado.

o calor do rio de janeiro faz a desculpa perfeita para ser intolerante e escroto com alguém. o mau humor é compreendido.

façam com que as pessoas compreendam seu mau humor.

feliz 2009.

sábado, janeiro 03, 2009

1º do ano - O Clube do Tédio no Rio

O paulistano tem orgulho de dizer que sabe tudo sobre a sua cidade, portanto apesar do desdém faz questão de demonstrar que conhece todos os caminhos e rotas.
O carioca não tem certeza do que está falando, mas faz questão de tentar te ajudar.

A única possibilidade de não ser enrolado por um taxista no rio é provar que é carioca e sabe exatamente onde você está indo.
O taxista em são paulo não tem paciência de fazer um caminho tão mais longo, mesmo assim a corrida vai custar o dobro da do rio.

Qualquer coisa no rio é motivo para o ínicio de uma conversa.
Qualquer começo de conversa em sp é encarado como invasão de privacidade ou xaveco barato.

O paulistano adora dizer o quanto a cidade é violenta, enfatizar o quão grande é o risco que você corre andando por sp sozinha e sempre recomenda um ônibus, taxi ou o cancelamento do passeio.
No rio as pessoas nunca dizem que uma rua é perigosa mesmo que esteja rolando um tiroteio nela, e acham que as pessoas exageram só pra queimar o filme do rio.

Paulistano odeia carioca e faz questão de dizer isso.
Carioca acha que o paulistano faz carão e não sabe viver direito, mas faz questão de tentar esconder.

Paulistano sonha em sair de sp e vai tirar férias em Londres.
Carioca ama o rio, sonha em nunca precisar sair de lá e vai tirar férias num hostel EM OUTRO BAIRRO (fato verídico)