quarta-feira, agosto 27, 2008

Coisas "Ruins" que Fiz Para os Outros - O estupro

Ontem, como se não bastassem os últimos acontecimentos, tive que ouvir de uma pessoa* com quem me relacionei por um bom tempo, que a gente só se relacionava porque ela se submetia a mim.
- Submeter? O que isso significa?
- Sim, tenho pensado muito nisso ultimamente. Não é porque eu era o ativo que eu não era o passivo.

Sim, amigos, segundo a pessoa do diálogo acima eu estuprei, seduzi e a obriguei a fazer coisas que não queria por um bom tempo. Isso é uma coisa ruim, não?
Um milhão de anos depois e as pessoas ainda buscam uma justificativa para terem se relacionado comigo: você me obrigou, você não entendeu, você foi insensível, eu achava que você fosse diferente...

- Você é sempre a vítima... Sabe que eu discordo totalmente disso, né? E por que está dizendo que pensou nisso agora se já tinha me dito o mesmo no dia que combinamos de não ficar nunca mais?
- Eu disse, é?
- Sim. E depois de termos jurado nunca mais encostar um no outro você me beijou no dia da minha festa.
- Sério? Não lembro...

*O emprego da palavra "pessoa" não é uma tentiva de camuflar uma relação homossexual ("a pessoa" não era do sexo feminino), ainda que esta relação tenha permanecido no armário por muito tempo.

terça-feira, agosto 26, 2008

Coisas Ruins que Fiz Para os Outros: A amiguinha

3 anos de idade e já meio sociopata, sempre pedia pra minha mãe dizer que eu não estava para uma menina que havia acabado de mudar para o meu prédio.
Ela se chamava Polyana (só podia, né?), tinha uma vozinha aguda e irritanta e me chamava de AMIGUINHA.

Eu ouvia a vozinha chata dela no corredor (amiguinha, amiguinha!) , voltava correndo para meu apartamento e pedia pra minha mãe dizer que eu estava dormindo, comendo ou qualquer coisa do tipo.

A amiguinha não desistia nunca, passava na minha casa várias vezes ao dia. Algumas vezes eu até brincava com ela, mas na maioria das vezes eu não estava, ou estava comendo, ou dormindo...
Quando a Polyana mudou eu nem vi.
E hoje eu tenho certeza de que todas as vezes que alguém me evita é por causa do que eu fiz pra ela.


PS: Achei tão honesto o post da Paula Davies....

sexta-feira, agosto 22, 2008

Cinema e posição fetal

Esses dias as coisas estão realmente péssimas para o meu lado e quando pensei que não podia existir nada que pudesse me consolar, me lembrei de que a coisa que mais me conforta no mundo é ver um filme atrás do outro.
Fui criada pela tv, passava o dia todo vendo séries da Nickelodeon (Clarissa Sabe Tudo e Roundhouse) e da Multishow (Minha Vida de Cachorro e Madison).
Em todos os finais-de-semana eu ia com o meu pai à locadora da Alameda Barros (que existe até hoje) e alugávamos cerca de 7 ou 8 fitas. Quando eu era pequena eu escolhia desenhos e comédias do tipo Porks ou algo com o Steve Martin. Meu pai alugava suspenses sérios e alguma pornografia disfarçada de policial (a boa e velha trama de suspense, intriga e sedução).
A gente assistia às comédias juntos.
Além dos filmes alugados a gente via tudo o que passava na tv. Meu pai sempre dizia que odiava o Woody Allen, mas via todos os filmes dele todas as vezes que passavam na globo. Ele também se irritava com o Nanny Moretti, porque ele parecia o Woody Allen, mas também assistia tudo dele que aparecia.
Eu tinha medo de dormir sozinha, então eu ficava na sala vendo filme com o meu pai até a hora que ele ia dormir (lá pelas 5h).*
Conforme eu fui crescendo, comecei a trocar a Nickelodeon pelo Eurochannel. Não, eu não era uma pré-adolescente culturete, eu curtia era ver aquela putaria que só o cinema europeu pode proporcionar. Comecei a pegar gosto pelo ritmo dos filmes e aos poucos susbtitui os desenhos por filmes que muita gente considera de arte. Continuei com as comédias (continuo firme até hoje), mas viciei em séries como The Kids in the Hall, The Vacant Lot, Seinfeld, Monty Python Flying Circus, qualquer coisa com o Luis Fernando Guimarães além de uma série de coisas que não caberiam em um post.
Como eu alugava muitos filmes, meu primeiro emprego foi na 2001 video. A dona da empresa é uma escrota, mas foi lá que aprendi a lidar com gente que já chegou afim de te bater.
Aprendi também que tinha talento para sugerir filmes. Hoje eu faço mostras temáticas para um Centro Cultural. Faço mostras temáticas também para mim mesma e para os amigos que precisam. Hoje eu montei uma maratona para uma amiga, que também estava triste, ver no fim-de-semana.
Os filmes não mudam os fatos, mas eles têm um peso muito importante na minha vida. Um filme ruim pode acabar com a minha semana ou salvar o meu mês.

Eu tô deprimida e não consigo conversar direito nos últimos dias, mas eu posso fazer mostras para qualquer estado de espírito. Você quer uma?

*Por isso até hoje eu tenho medo daquela música da abertura do Amaury Jr. A música feia indicava que já era tarde e que em breve eu teria que ir pro meu quarto dormir sozinha.

quinta-feira, agosto 21, 2008

Espírito olímpico

A única coisa que eu tenho a comentar sobre as Olimpíadas é focada na cobertura do Jornal Nacional.

Não, não sou conservadora, não assisto entre uma novela e outra, não me importo com o terno do William Boner, o cabelo da Fátima Bernardes, a linha editorial e muito menos com o Bial em tentativa [frustrada] de dar uma de poeta. Entretanto, não conheço um vagal que passa o dia todo na internet e se presta a saber o que aconteceu no mundo, então eu me engano e assisto, ocasionalmente, o Jornal Nacional - mesmo porque, convenhamos, esperar pra saber as notícias pela Folha na manhã seguinte não é muito mais criterioso ou informativo.

Enfim, vamos a única coisa que eu tenho a comentar sobre as Olimpíadas, focando na cobertura do Jornal Nacional.

Não sei o que me deixa mais irritada: quando qualquer país vai disputar alguma coisa com a China e os narradores se referem à pressão de ir contra "a maior torcida do mundo", ou com o prospecto deles exibirem mais uma matéria sobre o alto recurso de captação de imagens.

Vá se foder em slow motion e me deixe em paz, Globo.

Limpeza no escritório



Uma das melhores coisas em se trabalhar num escritório são os momentos em que falamos mal, comentamos atitudes e etc dos outros, coisa que a série "The Office" interpreta de uma forma natural, um dos motivos da série ser tão assustadoramente perto da realidade. O comentário da vez é a mulher que come cocão de nariz, coisa que descobri essa semana mas essa fama ela tem há mais de 10 anos, como descobri hoje levando o assunto a outra pessoa que já sabia há um tempo. O mais interessante de tudo isso é que a mesma mulher que come cocão é a mais chata do escritório, tendo uma atitude arrogante e rude com os outros. Ela, que acha que é uma das pessoas mais importantes da empresa, é a mais comentada enquanto enchemos nossas garrafas d'agua, de certa forma tem razão, é importantíssima para deixar o expediente mais interessante.

Sim, tudo isso confirma que o mundo corporativo é nojento, assim como quando ouvimos o bonitinho de cadastro acabar
com o bom ar no banheiro.

terça-feira, agosto 19, 2008

Olimpíadas



Eu odeio as Olimpíadas. O Brasil nunca ganha nada, de modo que a população vai ao delírio quando alguém ganha uma simples medalhe de Bronze.
Na época do Geisel as coisas não eram assim... não eram.
Acho que os esportes só servem para as pessoas poderem se pegar no vestiário. Ou você acha mesmo que esse figura está comemorando por ter ficado EM TERCEIRO LUGAR? Jura, né?
Hoje o Brasil perdeu da Argentina. A única coisa legal de ser brasileiro era não ter que conversar sobre futebol fora do país, afinal todo mundo torcia pro Brasil e ninguém nem queria discutir com você.
Não precisar dizer que não gosta de futebol é uma coisa muito boa, mas isso acabou. Agora todos os gringos estarão sedentos por comentar a péssima performance de nossos jogadores... bocejo!
Mas analisando bem, existe sim algo a ser dito sobre isso: com o "curintias" na segunda divisão, brasil perdendo de lavada para países como Paraguai, jogador parando em campo para ajeitar a meia...O que é que vai acontecer se o futebol feminino ganhar a medalha de ouro?

segunda-feira, agosto 18, 2008

A Síndrome de Yang Peiyi



Sei que a notícia é velha, mas não pude deixar de citar a fonte de inspiração para a descoberta de uma nova síndrome: A síndrome de Yang Peiyi.
Se você se considera talentoso demais, inteligente o suficiente, esforçado pra caralho e mesmo assim não consegue atingir a maior parte dos seus objetivos, cuidado, você pode estar sendo afetado pela síndrome.
Responda ao questionário e descubra se pertence ao grupo de risco:

1-Você escutou mais de 2 vezes a frase "Gosto de você aó como amigo" nos últimos 6 meses?
2- Você considera bonitas as pessoas que estão hierarquicamente acima de você no trabalho?
3 - Você já foi escolhido(a) como a pessoa mais feia da sala?
4 - Você já deu o fora em alguém que era cobiçado por todos?
5 - Você é constantemente convidado para apresetar projetos em público ?
6- Você sente que seus encontros começam bem pela internet, mas acabam quando as pessoas te conhecem pessoalmente?
7 - As pessoas se referem a você como "fofo(a), gracinha, o melhor amigo que uma garota pode querer" ou coisa do tipo?
8 - Você acha que sofreu boicote no trabalho por não ser bonito (a) o suficiente?
9 - Acha que uma plástica resolveria todos os seus problemas?
10 - Já recebeu elogios por seus atributos físicos?

Se você respondeu mais do que 4 "sim" pode estar entre os mais afetados.

quinta-feira, agosto 14, 2008

O Clube do tédio - novos membros




- Karen, eu não acredito que você perdeu o celular de novo.
- Como é que você sabe que perdi?
- Pressenti. Ou então foi aquela mensagem de "este celular foi roubado" na sua cp...
- Você não tem mesmo pena do seu dinheiro, não? Quanto custa uma ligação daí pra cá?
- Menos do que imagina, mais do que deveria. Mas isso não importa, eu queria falar com você.
- Aconteceu alguma coisa?
- N sei, mas acho que virei emo...
- Olha, se tivesse virado gay a culpa podia até ser minha, mas emo...
- kkk Sabe, sei lá, tenho me sentido meio sozinho, deslocado. Nunca tinha me sentido assim.
- Mas você estava se divertindo, não tava?
- Sim, mas n estou viajando mais. Agora moro aqui e qd chego n tem ng pra me receber.
- Como assim? Vc não tem roomates?
- Sim, mas n são meus amigos, me sinto meio bobo. N sei conversar com eles. Sei lá, eu chego e n tem ng na minha cama, n tem ng no meu celular, n tem ng me esperando, sabe? Tô sentindo um mal-estar, uma sensação de ng me ama ng me quer. Eu queria o bolo de cenoura da D Alice, queria q alguém me perguntasse onde passei a noite, queria que alguém perguntasse o que a gente vai jantar ou pra onde a gente vai de noite...
- Ah (nome da pessoa), mas isso não é virar emo, é sentir falta dos seus empregados.
- kkkk Num tô botando uma fé que vou ter que te comprar um celular.
- Uhhnn chegou tarde, já ganhei um.
- N boto fé! Outro emo?

Boletim do muro

Aparentemente o muro, que é o que o Luís apontou nos últimos comentários, não tá só contra a arte que eu gosto. Mesmo a grafite-cultura-jovem foi apagada. Acho que eles resolveram que vai ficar só na pintura mesmo, e vão usar toda a tinta medonha que existe no mundo para conseguir o feito. Considero ir lá e descascar até voltar pro meu grafite queridão. Mas eu sou uma puta preguiçosa, então não vai acontecer.

E vou dividir aqui, porque eu sou patética, que toda vez que eu penso no Michael Phelps eu fico nervosa. Mesmo. Tipo dá aquele calafrio, um príncipio de crise. Sou uma retardada, mas vejo todos os VTs de natação na SporTv 3, mesmo já sabendo resultado - mentira, confesso que nunca sei se o caderno de Esportes tá atualizado, se o pega tá que nem na Copa da Coréia que a manchete era sempre do dia ante-anterior, nunca sei se estou vendo VT novo, VT velho, e é... por isso mesmo eu fico quase que tremendo de nervoso. Sou uma ridícula, mas adoro ver um mutante com uma meta desnecessária, e torço. Acontece.

segunda-feira, agosto 11, 2008

Luto

Tudo bem que faz uns 6 anos que estava ali e eu, mesmo com câmeras a posto, sempre tive preguiça de fotografar. Mas isso não me tira o fato de que estou de luto. Em todo esse tempo, meu caminho quase diário pra Av Paulista foi marcado por um âmparo, praticamente um carinho, algo para deixar meu dia mais tranquilo. Num muro, anteriormente amarelo-feio, logo depois do metrô Sumaré e antes da rua que não é a Arruda Alvim, havia uma pixação na Dr. Arnaldo que eu considerava tipo Deus me acenando bom-dia. Era uma pixação em letras de perdedor-que-não-sabe-pixar, que dizia "O mundo me entristece".

Sérião. Imagine, você, um pixador descolado, andando pelo viaduto da Sumaré, todo corajoso, de madrugada, spray na mão, stencil na outra, toda uma cultura jovem/oficina de grafite envolvida... me para e escreve "O mundo me entristece".

Confesso que às vezes eu até dava risada. Mesmo. Era o patético óbvio. Algo que só um de nós faria. Aliás, se foi um de nós, me avise. Se alguém tiver fotografado, também. Estou em luto. Hoje, o mundo me entristeceu de verdade. Agora o muro é bege-feio e tem "cultura jovem" "de verdade" grafitada, em cores, letras gordas e criatividade-zero. Deus não me dá mais bom-dia. O mundo me entristece.

Para referência, fica a outra pixação do moço, que já não deve mais estar no antigo (quero dizer Cadoro?) bar da esquina da Consolação Riviera. Também pertinente, diga-se de passagem.

(detalhe pro stencil de pessoa dramática que acompanhava)

Obs: eu, desempregada que sou, até tentaria mudar as fontes e colocar novos alinhamentos, mas como subordinada, não posso editar o layout. Fica o aviso.

quinta-feira, agosto 07, 2008

Procura-se template

Desde que bloquearam o conversador do gmail no meu trabalho as pessoas estão ficando cada vez mais agressivas.
Primeiro porque sem a porra do chat o trabalho fica muito mais lento: você é obrigado a ligar mais para as pessoas (o que em si já é chato, mas se torna muito mais insuportável quando se trabalha com "artistas"), mandar email (no chat você pode ser informal, mas na hora de mandar um email você precisa pensar duas vezes na hora de escrever) , sem contar que uma simples pergunta que poderia ser feita àquele seu amigo que está conectado 24h/dia vira uma grande tarefa...

E o lazer? Se a gente se distraía fazendo comentários maldosos (de forma discreta) sobre o colega ao lado com a pessoa da mesa da frente, agora todo mundo passa o dia inteiro se degladiando, se acusando e atormentando a vida um do outro.
Nunca mais falei com as pessoas do andar de cima, nunca mais tivemos uma idéia coletiva.

Eu não suporto mais a voz das pessoas. tenho vontade de socar um por um...


PS: Num mundo cheio de amigos talentosos, bem que alguém podia dar um trato nisso aqui, não?

segunda-feira, agosto 04, 2008

estou reformando a casa...

comentários só amanhã...

beijos