sexta-feira, agosto 22, 2008

Cinema e posição fetal

Esses dias as coisas estão realmente péssimas para o meu lado e quando pensei que não podia existir nada que pudesse me consolar, me lembrei de que a coisa que mais me conforta no mundo é ver um filme atrás do outro.
Fui criada pela tv, passava o dia todo vendo séries da Nickelodeon (Clarissa Sabe Tudo e Roundhouse) e da Multishow (Minha Vida de Cachorro e Madison).
Em todos os finais-de-semana eu ia com o meu pai à locadora da Alameda Barros (que existe até hoje) e alugávamos cerca de 7 ou 8 fitas. Quando eu era pequena eu escolhia desenhos e comédias do tipo Porks ou algo com o Steve Martin. Meu pai alugava suspenses sérios e alguma pornografia disfarçada de policial (a boa e velha trama de suspense, intriga e sedução).
A gente assistia às comédias juntos.
Além dos filmes alugados a gente via tudo o que passava na tv. Meu pai sempre dizia que odiava o Woody Allen, mas via todos os filmes dele todas as vezes que passavam na globo. Ele também se irritava com o Nanny Moretti, porque ele parecia o Woody Allen, mas também assistia tudo dele que aparecia.
Eu tinha medo de dormir sozinha, então eu ficava na sala vendo filme com o meu pai até a hora que ele ia dormir (lá pelas 5h).*
Conforme eu fui crescendo, comecei a trocar a Nickelodeon pelo Eurochannel. Não, eu não era uma pré-adolescente culturete, eu curtia era ver aquela putaria que só o cinema europeu pode proporcionar. Comecei a pegar gosto pelo ritmo dos filmes e aos poucos susbtitui os desenhos por filmes que muita gente considera de arte. Continuei com as comédias (continuo firme até hoje), mas viciei em séries como The Kids in the Hall, The Vacant Lot, Seinfeld, Monty Python Flying Circus, qualquer coisa com o Luis Fernando Guimarães além de uma série de coisas que não caberiam em um post.
Como eu alugava muitos filmes, meu primeiro emprego foi na 2001 video. A dona da empresa é uma escrota, mas foi lá que aprendi a lidar com gente que já chegou afim de te bater.
Aprendi também que tinha talento para sugerir filmes. Hoje eu faço mostras temáticas para um Centro Cultural. Faço mostras temáticas também para mim mesma e para os amigos que precisam. Hoje eu montei uma maratona para uma amiga, que também estava triste, ver no fim-de-semana.
Os filmes não mudam os fatos, mas eles têm um peso muito importante na minha vida. Um filme ruim pode acabar com a minha semana ou salvar o meu mês.

Eu tô deprimida e não consigo conversar direito nos últimos dias, mas eu posso fazer mostras para qualquer estado de espírito. Você quer uma?

*Por isso até hoje eu tenho medo daquela música da abertura do Amaury Jr. A música feia indicava que já era tarde e que em breve eu teria que ir pro meu quarto dormir sozinha.